domingo, 18 de maio de 2014

De Moto, Com Deus, Com Destino ao Alaska

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14/8/14. 

Dia 25/5 saímos, nós três, com destino a Prudhoe Bay, Alaska, sem saber se chegaríamos em Três Lagoas, local do nosso primeiro pernoite. A dúvida era muito grande, mas foi ficando para trás, na medida em que distanciávamos de casa. 

A ideia inicial era fazermos todo o roteiro em três ou quatro etapas, de 25 dias cada uma, aproximadamente. Mas numa viagem dessa dimensão, imprevistos acontecem. E problemas também. E eles aconteceram e fizeram eu tomar uma drástica decisão. Com o apoio incondicional da minha esposa e dos meus filhos.

Ou eu mantinha o planejamento inicial, correndo o risco de pegar neve no Alaska, e ter que abortar a viagem, ou continuava. A decisão foi continuar, mesmo tendo que ficar 70 dias longe de todos. Esse era o cálculo. 

Mas os 70 se transformaram em 82, por conta de vários outros contratempos. Depois eu conto quais foram. E contarei também os riscos que corri, como, por exemplo, o de um tambor desgovernado quicando na rodovia, vindo em minha direção, assim que entrei nos EUA. Inimaginável até então. Como escapei??? Depois eu conto. Quem sabe num livro?

Tive que tomar outra decisão, não tão drástica. Depois de mais de 30 mil km e 82 dias juntos, deixo a Guerreira na casa de um amigo FC aqui em Los Angeles, Mike, e volto depois para buscá-la, ou mando ela para Lima? A 1ª hipótese era a que mais me agradava. Mas... 

Outro problema para resolver. Esse de calendário. Depois explico. Tem a ver, também, com o encontro internacional dos fazedores de chuva, que acontecerá em novembro, e do qual não poderei faltar. 

Assim, a tarefa era encontrar uma empresa que pudesse levá-la para mais perto, talvez Lima, Peru. Foi difícil, principalmente pelo fato de não falar inglês. Mas encontrei. As opções eram: Peru ou Valparaízo, no Chile? Optei por essa última. O processo aduaneiro é mais simples, segundo o agente da empresa daqui, um brasileiro!!! Eles sempre apareceram, todas as vezes que eu precisei. 

Com muita tristeza, hoje vamos nos separar da guerreira, até o dia 20 de setembro, quando iremos buscá-la no Chile. Talvez até teremos sorte e veremos muita neve na cordilheira dos Andes!!!

Com muita alegria no coração, por ter feito o trajeto, do fim do mundo, Ushuaia, ao topo do mundo, Prudhoe Bay, em exatos e exaustos 75 dias, com uma pausa de 5 meses e 5 dias em Brasília, esperando o verão chegar no Alaska, voltamos ora casa. 

Por enquanto, só nos dois. Uma pequena pausa para eu matar a saudade, que é grande, da minha família.

Mas a viagem não acabou. Acabará, pra valer, quando nós três chegarmos em Brasília, provavelmente dia 5 de outubro. 

Aos meus amigos que torceram, acompanharam e curtiram minha aventura, um beijo no coração. 
Aos que duvidaram, ou torceram contra, um beijinho no ombro....

Até breve. 

Ushuaia: 5/12/13

Prudhoe Bay: 22/07/14. Não exatamente essa foto. Mas é representativa. 

Aqui, na estrada entre Coldfoot e Prudhoe Bay:

Aqui, em Prudhoe Bay. 22/07/14

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22/7/2014. 59º dia. Prudhoe Bay. 

CHEGUEI....

Depois de 8h para percorrer 400km, cheguei em Deadhorse às 21:30. Cansado e sujo de lama. Durante o trajeto, chuva, cascalho, barro e, para complicar mais um pouco, obras. Não conseguia enxergar quase nada. 






Na manhã do dia 23, antes de iniciar o percurso de volta, fomos até Prudhoe Bay. Lugar que só tem poços de petróleo. Tirei as fotos no mar do ártico, voltamos para o hotel e iniciei a viagem de volta. 



No hotel que fiquei, a internet custa 5 dólares a hora. Como meu tempo era muito curto, preferi não pagar... Antes de partir, dei uma passada rápida no hotel Prudhoe Bay, onde a internet é free, só para fazer duas imagens. Uma, já conhecida, onde a bolinha azul se encontra em Prudhoe Bay, meu destino. 


A outra, do meu destino a partir de hoje. Brasília. 

Para terminar, gostaria de agradecer o pensamento positivo de todos meus familiares e amigos. Reais ou virtuais. Sem essa força teria sido mais difícil. Mando um abraço e um beijo fraternal para todos. 

Sem o apoio e incentivo dos meus filhos, não teria nem saído de Brasília. Amo vocês demais da conta. À minha mãe, que se preocupa em demasia, agradeço pelas orações. 

Mas uma pessoa, em especial, foi determinante para mim. Sem o apoio incondicional, o incentivo e as conversas quase diárias que tivemos, pelo watshapp, pelo skype ou pelo ooVoo, eu não teria conseguido. Nos momentos de incerteza, de saudade e de cansaço, foi ela que me deu forças para continuar. Minha esposa Zênia. 

Quis o destino que eu chegasse no dia em que comemoramos 25 anos de casados. Confesso que não planejei isso. Mas da metade da viagem em diante, pensei: e se eu chegar exatamente no dia 22?

Assim, aproveitando, pois não é qualquer um que tem essa oportunidade, quero dizer, diretamente aqui de Prudhoe Bay, 22.700km de distância e nesse dia especial: Zênia, EU TE AMO. Ontem, hoje e para sempre. E, a partir dessa viagem, te amo mais ainda. 

PS:

1) Esss post foi escrito nas noites (?) do dia 22 e do dia 23, já de volta a Coldfoot. Está sendo publicado no hotel de Fairbanks, onde estou. 

2) Maiores detalhes de como foi toda a viagem, como e porque decidi fazer o último trajeto debaixo de chuva, num local inóspito, indo contra o bom senso e contra recomendações de amigos que já tinham feito o percurso, só no livro.... 

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Está complicado atualizar o blog diariamente. 

Contudo, estou disponibilizando vários vídeos no meu canal do youtube: 


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Acompanhem minha localização diária via satélite, no Twitter: @viagensdemoto. 

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Dia 0. 18/5/14. Divulgação do roteiro. 

O desejo de viajar até Prudhoe Bay, no Alaska, surgiu em 2012. Desde então venho me preparando para realizar esse desejo. Foram várias viagens e milhares de quilômetros rodados, sendo a última delas até Ushuaia, no final de 2013, onde percorri mais de 16.000km, em 36 dias.


Mas o Alaska é longe, tenho ouvido frequentemente. Mas 'longe é um lugar que não existe', respondo. Depende, basicamente, do ponto de referência.

Por exemplo: estando em Whitehorse, no Canadá, serão apenas 1.800km. De Fairbanks serão só 800km, o que não é tão longe assim. Contudo, de Brasília, serão 22 mil km. É muito chão!


Ao se aproximar o dia da partida para uma viagem um pouco mais longa, sempre ficamos com uma indecisão. Uma incerteza. Confesso que isso acontece comigo. Mas o difícil é dar a partida na moto, como dizem meus amigos fazedores de chuva. Para amenizar a ansiedade e superar essa indecisão, coloquei em meus pensamentos que não vou para o Alaska. Aliás, essa sempre é minha estratégia de viagem.

No próximo domingo, 25/5, se nada nem ninguém me fizer mudar de ideia,  sairemos, eu, a Guerreira e Deus, com destino a Três Lagoas (MS), a 930km de Brasília, passando por Goiânia. Chegando lá, após as mais de 10h em que meus pensamentos estarão concentrados apenas na viagem, se não desistir, por qualquer motivo, no dia seguinte (26), sigo até Corumbá, a 760km.

Dia 27, não havendo qualquer problema ou se o sentimento de dúvida, indecisão ou incerteza desaparecerem, saio do Brasil, e sigo até Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Depois, Cochabamba, La Paz, Arequipa, já no Perú, e assim, dia após dia, sempre reavaliando se prossigo ou não, estarei cada vez menos longe do Alaska. 

Se, em qualquer ponto da jornada, seja após 2h ou 20 dias de viagem, quando já deverei estar saindo da América do Sul, alguma coisa acontecer, ou se chegar a conclusão que não devo ir, desisto ou volto, sem nenhum constrangimento. 

Ao entrar na América Central, desistir ficará mais difícil. Mas se for necessário...

Dessa vez farei um pouco diferente do que fiz na viagem para Ushuaia. Não publicarei, diariamente, o relato da jornada. Nem tampouco se desisti ou não. Mas manterei todos informados, periodicamente. Principalmente pelo twitter: @viagensdemoto, onde postarei algumas fotos e disponibilizarei, sempre que possível, minha localização, via satélite.

Um pequeno trecho da viagem:


A energia positiva dos familiares e amigos é parte do combustível que me alimentará durante toda a viagem. 

Escrevi quando cheguei em Ushuaia, em 5/12/13: Não devemos recuar em nossos propósitos. Em nossos projetos. Em nossos sonhos. As dificuldades que aparecem nada mais são do que um teste para ver se estamos ou não determinados a fazer o que planejamos. O que sonhamos. E, mais importante que isso, um teste para ver se realmente acreditamos que Deus está conosco. Não titubearei novamente. Nunca mais.

Que assim seja!

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Dia 1. 25/05. Brasília a Três Lagoas. 950km. 12h de viagem. 

Dia com o trecho mais longo de toda a viagem. Planejo percursos maiores no início das jornadas de forma a avaliar minhas condições físicas. Se tiver que sofrer algum cansaço, que seja perto de casa!

Saímos com 45min de atraso devido a entrevista que concedemos ao SBT. 

Começamos bem. Bem acompanhados. Cerca de 30 amigos compareceram ao local de saída, a maioria deles nos acompanhou nos primeiros 100km. Amigos de fé. Agradeço, de coração, a presença ilustre de todos. Quem não veio não perdeu, porque muito provavelmente tinham outros compromissos mais importantes, e, em nossas vidas, decidimos nossas prioridades. Compreendo e sinto que todos estão torcendo pra mim. 


No mais, viagem tranquila. Com o GPS indicando um caminho e eu indo por outro. Aqui nesse trecho conheço uns atalhos que ele desconhece. hehe



Chegamos já noite no destino, coisa que não acontecerá mais. 



Eu, sendo entrevistado. Meu filho Reinaldo me fez essa surpresa, avisando a emissora. 


Eu tirando foto da galera que não perde uma oportunidade para rodar.

Por hoje, estou mais determinado a ir até o destino final. 

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Dia 2. 26/5. Três Lagoas a Corumbá. 

BR-262 em bom estado de conservação. Em Campo Grande encontrei o amigo Marcão. Cheguei já ao anoitecer no destino. 


Por sorte, quando fui lavar a bolha e o farol vi que o aro estava solto. Ia perdê-lo.

Guardei o aro e fui para o hotel.

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Dia 3. 27/5. De Corumbá a Santa Cruz de La Sierra. 680km. 

Sai 7h40 do hotel. Ninguém na receita sabia nada sobre exportação temporária da moto. Disseram que não existe mais. Eu também não acho que seja necessário, mas enfim. Vamos ver no que vai dar. 

Levei 3 horas entre imigração, cujos servidores da PF só chegaram para atender às 8h30. Depois, aduana boliviana e, depois um documento, orden de traslado, desnecessário, mas faz parte para encher o bolso do pessoal. 30 bolivianos. Fiz câmbio a 2,90. 


O posto policial onde consegui fazer o documento, a 10km da fronteira. Neste, o servidor tinha saído para uma ocorrência e não tinha hora para voltar. 

As estradas são muito boas. Pequenos trechos ruins. A maior parte não tem asfalto. É concreto! 

Não tem como errar. É apenas uma ruta cruzando a Bolivia. 


Devido ao atraso na fronteira, rodei umas 3h a 130km/h para chegar a tempo de prender o aro na loja da Harley. Cheguei 17h55. Fechava 18h30. 


Não há problema algum de abastecimento na Bolívia. Apenas o preço é diferente para estrangeiros, o que acho normal. Paguei cerca de 2,80 o litro. 

Amanhã, quarta, resolvi ficar em Santa Cruz para verificar um barulho estranho na parte da frente da moto, parecendo que vem da suspensão. 

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Dia 4. 28/5. Hoje, como decidido ontem, fiquei morgando em Santa Cruz. Como tem um barulho na moto me incomodando desde a semana passada, fui até a loja da Harley para verificar. 


Encontrei com meu amigo harleyro Marcelo Luis Camacho, que me forneceu preciosas dicas sobre o roteiro e foi um dos responsáveis por minha passagem pela Bolívia, país vizinho e vítima de vários preconceitos, sem fundamento, por parte de muitos brasileiros.

Claro que ele assinou a bandeira, juntamente com o mecânico Alfredo Arratia, que me tranquilizou, dizendo que o barulho (tec tec tec), quando passo em pista defeituosa, é normal. 
O mecânico mexendo na moto. 


O povo boliviano é sensacional. Gente simpática. Prestativos. 




Ao contrário do que li em vários blogs, não achei o trânsito de Santa Cruz complicado. Nem escutei tanta buzina. Achei tal qual qualquer cidade brasileira. Afinal, são 3 milhões de habitantes. 

Agora no final do dia recebi uma mensagem em vídeo do Oscar Filho do CQC. Que responsabilidade a minha...

Amanhã, Cochabamba, onde iniciarei a subida da Cordilheira dos Andes. E não deverei mascar folhas de coca...

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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Carro de apoio ou de proteção?

Se a vida nos oferecer um limão, devemos aproveitar, sempre que possível, e fazer uma limonada...

No sábado, 5 de abril, o HOG de Brasília promoveu um bate-volta até Formosa para um almoço no restaurante Dom Fernando. Convite aberto a todos os motociclistas.

Participaram aproximadamente 30 motociclistas, dos quais uns dez foram apenas até Formosa. Não ficaram para o almoço. Entre eles, eu, e mais dois amigos, que havíamos combinado de voltarmos juntos.

Na saída da loja HD, nós três ficamos atrás do comboio. A uma distância aproximada de uns 30m do ferrolho, que é a que acho mais segura. 

Após a ponte do Bragueto, o carro de apoio, uma caminhonete Hilux, caracterizada com logo da Brasília Harley-Davidson, equipada com reboque, nos deu uma fechada, se colocando entre o ferrolho e nós. Em princípio, pensei que o motorista estava sendo pressionado por algum outro veiculo e, dessa forma, foi 'obrigado' a tal manobra. Mais à frente, quando o trânsito parou, nos colocamos novamente entre o ferrolho e a caminhonete. 

Logo em seguida, na saída da via sobre o viaduto do Colorado, o motorista da caminhonete, que estava na faixa da direita, tentou, forçosamente, me ultrapassar, em razão dos tachões que haviam logo à frente, na faixa em que ele trafegava. Não tinha como lhe dar passagem, sem correr o risco de ser atingido pelos veículos que vinham atrás de mim. Percebi, nesse momento que a intenção dele era não permitir que ficássemos atrás do ferrolho. Até aquele instante não sabia o porquê.

Como a via é pública e o comboio de motos estava trafegando na faixa da esquerda, o que pode até ser mais seguro para o comboio, desde que trafegue na velocidade máxima da via, e sem atrapalhar, em demasia, os carros que vem atrás, resolvi verificar se a intenção do motorista da caminhonete era a que suspeitava. 

Fiquei atento e esperei por ele, que vinha na faixa da direita, em aparente alta velocidade (estávamos a 105km/h). Fiquei preparado e não deu outra. Ele jogou a caminhonete sobre mim, numa atitude irresponsável. Sempre ando com minha máquina fotográfica a postos e registrei o momento, já esperado.

Nota-se que, antes mesmo de ter todo seu veiculo à minha frente, e tinha espaço pra isso (veja a foto), já iniciou o procedimento de fechada. Nesse instante freei, pois, caso contrário, o reboque teria me atingido. O correto seria ele ter todo seu veiculo após o meu, dar seta, e só depois adentrar na faixa que eu estava. Aí não seria fechada, mas sim ultrapassagem. 

Aqui, observa-se que, se não reduzo a velocidade, seria atingido lateralmente pelo reboque. Pela distância da traseira do reboque à parte superior da bolha da minha moto, nota-se o quanto passou perto de mim. Se não tivesse freado, o reboque teria me atingido. 


Graças a Deus tenho razoável experiência, previ o que poderia acontecer e soube evitar o pior. Fosse um motociclista sem essa característica e previsão,  sabe-se lá o que poderia ter acontecido. 

Depois ultrapassei novamente a caminhonete e permaneci atrás do ferrolho até chegar à pamonharia, sem quaisquer outros incidentes. 




No domingo, consultei algumas pessoas, e um deles, que estava na caminhonete, afirmou que não sabia o que tinha acontecido nem muito menos que era eu naquela moto... Ok. É possível.

Outros integrantes do HOG, inicialmente, negaram ter conhecimento do fato. No entanto, soube que o assunto foi muito comentado no almoço, inclusive com uma versão falsa, o que, em parte, me motivou a tornar público o que aconteceu. Até porque quem poderia ter visto o que aconteceu se limitam a três pessoas, além de mim e os dois amigos a que me referi. Os acompanhantes da caminhonete, em número de dois, e o ferrolho, este, pelo retrovisor, não teria uma visão correta do ocorrido.

No final do dia, domingo, o Magno, Diretor do HOG me ligou. Relatei o que tinha ocorrido e ele se comprometeu a levar ao conhecimento do João Batista, diretor da HD.

Segundo ele, o motorista foi previamente orientado para ficar atrás do ferrolho. Como proteção ao mesmo. 

Aí, em minha opinião, foi o início do problema e que retira a culpa exclusiva do condutor da caminhonete. O carro é de apoio. Não de proteção. O próprio nome já define sua função. Apoiar o comboio. Seja numa situação de pane ou que exija rebocar a moto. O comboio é de motos...

Proteção do comboio cabe ao ferrolho. Que, obrigatoriamente, deve ser um motociclista experiente. Que saiba se comunicar com os demais usuários da via. Que saiba administrar os conflitos causados pelos motoristas que vem atrás, pressionando para ultrapassar o comboio. Deve pedir calma e cumprimentar todos os demais usuários, se desculpando, sempre com gestos, pelo eventual transtorno. Para sua segurança, deve manter uma distância maior entre o motociclista que vai à frente, de forma a ter um espaço para se afastar dos motoristas apressados que ficam lhe pressionando.

Não sou nenhum especialista, muito pelo contrário, "sei que nada sei", mas gosto de dar uns pitacos de vez em quando. O motorista deve ser orientado para permanecer ATRÁS do comboio. SE POSSÍVEL, atrás do ferrolho. Que deve respeitar a legislação de trânsito. E, nunca jogar a caminhonete sobre qualquer outro usuário da via, principalmente se for motociclista. Deve ter conhecimento de que ele ficará, em alguns momentos, distante do comboio. Que, nesse caso, deve ter paciência e se aproximar do comboio com segurança. É importante que ele saiba todo o roteiro.

Mas, ao que parece, e o próprio diretor do HOG admitiu, o motorista não recebeu treinamento adequado para conduzir carro de apoio, em comboios, nem muito menos com reboque. Desta constatação, fica claro que a responsabilidade foi de todos: Diretores do HOG, da direção da loja e do motorista, que no caso, é o lado mais fraco da corda!

Concluindo, nós e os responsáveis pelos comboios temos que entender que não somos os donos da rodovia. Estamos ali curtindo a vida, nos divertindo, passeando. Temos que ter consciência que atrás de nós tem motoristas nas mais diversas situações. Apressados por algum motivo. Que não gostam de motos. Que acham um absurdo um monte de moto 'atrapalhando' o trânsito, etc. Não é porque estamos em comboio que temos prioridade de trânsito sobre os demais. 

E que os responsáveis aproveitem esse limão e façam dele uma limonada. Entendam que carro de apoio não é carro de proteção. E que o motorista deve receber treinamento e ser devidamente orientado.

O carro de apoio NÃO faz parte do comboio!

Críticas são sempre bem-vindas.



quinta-feira, 20 de março de 2014

Distância entre motos em comboios

Minha preferência em viagens de moto é ter a companhia apenas de Deus. Mas, claro que gosto muito de estar ao lado de outros motociclistas, em passeios ou viagens mais curtas. Até para conhecê-los e quem sabe nos tornar amigos! Mas não é necessário ficarmos juntos um do outro parecendo retardados. 

Tenho observado que as viagens em grupos são mais perigosas do que solo. Numa viagem só com Ele, nossa atenção e preocupação se restringe apenas a nós. Nossas atitudes são sempre individuais. Se erramos, erramos sozinhos. Numa viagem em grupo, do jeito que geralmente se faz, temos que nos preocupar e ficar atentos ao motociclista que vai à nossa frente e no que vem atrás. E é comum um motociclista repetir o erro do que vai à frente.

Geralmente o motociclista fica muito próximo daquele que vai logo à sua frente, perturbando o trânsito, colocando todos em risco. Além da tensão de ter que ficar o tempo todo atento às ações desse motociclista, não curtimos a estrada nem muito menos a paisagem. E este é o motivo principal de viajar de moto, concordam? A justificativa para ficarem muito próximos uns dos outros é evitar que veículos se 'infiltrem' nos comboios.

Contudo, há uma regra no parágrafo único do art. 30 do CTB que diz o seguinte: "Os veículos mais lentos, quando em fila, deverão manter distância suficiente entre si para permitir que veículos que os ultrapassem possam se intercalar na fila com segurança." Se tem um veículo querendo ultrapassar o comboio, pela regra de trânsito, deve-se permitir. Mesmo que seja uma daquelas carretas de 30 metros!

Mas então qual é a distância adequada para passeios ou viagens em comboios?

O código de trânsito dispõe que deve-se manter distância segura do veiculo que vai à frente. O dispositivo citado acima já dá uma ideia de qual é essa distância (deve caber um veículo, por maior que ele seja). A distância que geralmente se pratica nao é segura, além de perturbar o trânsito dos demais usuários da via. 

Mas qual a distância segura e que não atrapalhe o trânsito? 

Além da lei, especialistas do mundo inteiro recomendam a regra dos dois segundos. Dizem eles: se você estiver a essa 'distância' do veiculo da frente (atenção a isso!), terá tempo suficiente para parar (!) seu veiculo, se necessário... OK. A 100km/h, em dois segundos se percorrem 55 metros!

Mas medir distância em segundos é meio complicado para alguns... Essa regra tem que ser bem compreendida em nossos passeios e viagens de moto em comboio. Prefiro deixar um espaço que caiba uma carreta entre cada moto. Seja lá quantos segundos isso possa representar. 

Não sou nenhum especialista, mas sou um observador. Quando viajo em grupos, verifico que a distância não é adequada, e darei aqui minha opinião. A ideia central é viajar junto, em grupo, mas bem separados uns dos outros, nas rodovias. Comboio com motos muito próximas é para promoção de marcas, desfile de motos ou moto clubes, pois é muito bonito para quem está vendo as motos passarem... um verdadeiro evento para serem admirados e fotografados. Isto é inegável.

Há três situações distintas. Comboio nas rodovias, nas entradas e saídas das cidades e nas zonas urbanas. 

Nas rodovias em geral, o mais comum:
  • A velocidade de cruzeiro deve variar entre 90km/h e 110km/h, respeitando-se, claro, os limites legais e o fluxo do trânsito. Se veículos pesados ultrapassarem o comboio é sinal de que a velocidade está baixa.
  • A posição das motos deve ser tal qual pegadas na areia (alternadas).
  • A distância da moto que vai logo à sua frente (a primeira moto à sua frente) deve ser, no mínimo de 50m, o que equivale ao espaço necessário para uma carreta ficar entre as duas motos, aproximadamente.
  • Dessa forma, a distância da moto que vai à frente, na mesma posição que a sua, será de, no mínimo, 100m. Bastante segura, portanto.
  • A distância sugerida de 50m é mínima. Se estivermos num local onde a paisagem é imperdível, essa distância deve ser maior. Contudo, jamais deve-se perder de vista o motociclista que vem atrás ou o que vai à frente. Principalmente do que vem atrás. Se ele sumir do retrovisor, diminua a velocidade até visualizá-lo. Os que vão à sua frente deverão fazer o mesmo, pois você se afastará deles. 
  • Nas ultrapassagens, primeiro, todos devem ficar em fila única, mantendo a distância acima, desfazendo-se a formação de pegadas na areia. Segundo, devem ser feitas individualmente. É comum, nessas ocasiões, que fique alguém para trás. Assim, quem já ultrapassou, após estar bem distante do veículo ultrapassado, deve diminuir a velocidade até ver o motociclista retardatário no retrovisor. Quem ultrapassa deve aumentar a velocidade até visualizar o motociclista que vai á frente.
  • Em estradas com muitas curvas, a posição de pegadas na areia também deve ser desfeita, mantendo-se todos em fila única.
  • Só pare em situações de emergência. Se alguém parar, todos deverão parar no acostamento ou no próximo local seguro e aguardar, junto a moto (não atrapalhem o trânsito!!). Apenas o motociclista que está mais próximo daquele que parou deve descer da moto. O Road Captain (responsável) é o único que deve voltar para ver o que aconteceu. Resolvido o problema, voltará para seu local, em velocidade reduzida, dando sinal (um toque na buzina), para todos que estão parados, continuarem a viagem.
  • Ao se aproximar de zonas urbanas, a atenção deve ser redobrada. A distância entre as motos pode ser menor, mas nunca inferior ao espaço suficiente para caber um veículo, qualquer que seja ele. 
  • Quando nos aproximarmos do destino final, que todos devem saber qual é, a distância poderá ser a que usualmente utilizamos em nossos passeios pela cidade (mais ou menos 5m - que perigo isso!).
É isso. Concluindo: quanto menor for o número de motociclistas, maior poderá ser a distância entre eles. 

Viajar de moto um perto do outro pra quê? Isso é muito bonito só para quem vê. Aquela história de que fazemos parte da paisagem... Mas interrompem e perturba o trânsito desnecessariamente. 

Mantendo a distância regulamentar e que ora sugerimos ainda traz uma vantagem extra: torna-se desnecessário ficar sinalizando, com os braços, para o motociclista que vem atrás, buracos, quebra-molas, etc. Confesso que nunca entendi a necessidade desses sinais... Aliás, conduzir a moto com apenas uma das mãos é infração de trânsito. (veja aqui)

Veja, na foto, a pequena distância entre as motos:


Vamos juntos, mas será como se estivéssemos sozinhos na estrada. No destino final estaremos confraternizando e comemorando a viagem. Juntos!