domingo, 28 de junho de 2015

De moto com destino à Bolívia

Resumo:

Total de kms, pelo odômetro da guerreira: 8.935km. Pelo GPS, 8.603km. 22 dias de viagem.

Roteiro de ida: Brasília, Santa Fé do Sul (via Prata, Iturama e Jales), Campo Grande (via Selvíria e Três Lagoas), Puerto Quijarro, Santa Cruz de la Sierra, Villa Tunari, La Paz (via Cochabamba). De La Paz fomos até Yolosa para subir a Estrada da Morte, conhecida localmente como Yungas Road. (no mapa, não incluí a Estrada da Morte, que perfaz uns 200km, ida e volta).

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Sinalização em comboios - infração de trânsito

Sempre que faço meus passeios ou pequenas viagens de moto, em comboio, fico me perguntando se são realmente necessárias as frequentes sinalizações feitas com o braço, pelos motociclistas que vão à frente. No meu caso, considero desnecessárias, uma vez que sempre mantenho distância segura da moto que vai à frente, de tal forma que posso, com tranquilidade, visualizar um buraco, um quebra-molas, etc.

Conduzir motocicletas, com segurança, pressupõe, em primeiro lugar, respeito e obediência ao Código de Trânsito Brasileiro. E somente a União pode legislar sobre trânsito, não cabendo a ninguém inventar sinalização, por mais importante que possa parecer. 

Consta também no CTB que é dever de todo condutor dirigir com atenção e cuidados indispensáveis a segurança do trânsito, além da obrigatoriedade de ter domínio total do seu veículo, em todos os momentos. Devem também guardar distância de segurança entre o seu e os demais veículos. Se todos do comboio obedecessem isso, qualquer sinalização com os braços seria desnecessária. Como a maioria não obedece as leis de trânsito, alguém, se dizendo 'especialista', inventou os 'sinais extras' e muitos, até por ignorância, os fazem.

Pois bem. O art. 54 do CTB dispõe que os motociclistas só poderão circular nas vias, segurando o guidom com as duas mãos. Se isso não ocorrer, constitui infração grave (art. 244, VII do CTB). Mas há uma ressalva importante: 'salvo eventualmente para indicação de manobras'. Eventualmente significa ocasionalmente. Não podem ser utilizados gestos a todo instante. Diante isso, só podemos tirar uma das mãos do guidom para indicar manobras, e somente em situações eventuais, como por exemplo, quando percebemos que há uma luz  de freio ou de seta queimada e temos que ir até uma oficina para trocá-la.


Isso porque a moto já dispõe de sistema de sinalização eficiente e suficiente para indicar as manobras necessárias e que devem ser feitas e que podem, eventualmente, serem feitas com o braço. Essas manobras constam do anexo II do CTB, aprovado pela resolução do CONTRAN 160/09. E são apenas: mudança de direção (setas), diminuir a velocidade e/ou parar a moto (luz de freio):

Imagem da internet
Vários motociclistas do Brasil, ao participarem de passeios ou viagens onde as motos ficam em fila (carreata - comboio), estão sendo orientados pelos organizadores, e até por agentes de trânsito, a tirarem uma das mãos do guidom para sinalizar, a toda momento, outros eventos, como por exemplo: para sinalizar a existência de areia, óleo, quebra-molas, buracos na pista; para aumentar a velocidade; para alternar de fila dupla para única (e vice-versa); para indicar a presença de radares, etc. Evidente que esses são gestos que não sinalizam manobras a serem feitas pelo motociclistas! Sinalizam obstáculos. E, se o motociclista estiver atento, e mantendo distância de segurança, desnecessário alguém ficar lhe avisando sobre esses obstáculos.

A justificativa dos organizadores (e dos agentes de trânsito) é que a sinalização através de gestos proporciona maior segurança aos participantes do comboio. No mínimo, uma alegação contraditória, uma vez que tirar uma das mãos do guidom compromete a segurança do próprio motociclista e dos demais usuários da via. Além do mais, recomendar ao motociclista para tirar uma das mãos do guidom, nos momentos que mais exigem as duas mãos, é muita irresponsabilidade de quem orienta e/ou organiza esses passeios.

Por outro lado, sinalizar com os pés, embora não seja proibido, literalmente, pelo CTB, também não é aconselhável, uma vez que os mesmos 'especialistas' afirmam que pode causar desequilíbrio do motociclista. Ora, se tirar os pés da pedaleira causam desquilíbrio, tirar uma das mãos do guidom não?

É certo que a condução em fila (carreata - comboios) exige uma maior atenção de todos motociclistas, uma vez que a distância entre eles tem sido muito pequena (geralmente algo como 3 metros - o que é um absurdo). É, sem dúvida, um acontecimento muito bonito. Ver um monte de motos passando, é realmente impressionante. Mas aí reside a causa do problema. Se mantivessem distância segura da moto que vai à frente, quando em comboios, esses sinais proibidos seriam totalmente desnecessários. E se, além de manterem distância, estiverem devidamente atentos (como manda o CTB), com certeza visualizarão buracos, quebra-molas, etc., tornando desnecessária qualquer sinalização não permitida pelo CTB. Importante salientar que o CTB não diz qual a distância segura, mas sinaliza no sentido de ser o suficiente para que um veículo possa intercalar entre as motos (art. 30, parágrafo único do CTB).

Inconcebível, portanto, que agentes de trânsito e organizadores de comboios recomendem e incentivem motociclistas a fazerem gestos proibidos pelo CTB, que podem resultar em multa e até em acidentes. É bom lembrar que cabem aos agentes de trânsito, por dever funcional, cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito e não fazer apologia ao seu descumprimento. 


Que os organizadores e autoridades reflitam sobre o assunto!! Se acharem mesmo necessário essas sinalizações, que provoquem o CONTRAN para regulamentá-las ou o Congresso Nacional para legislarem sobre o assunto. Só não inventem...

Nada pessoal contra ninguém nem tampouco contra nenhum agente de trânsito em especial. 

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Atualização em 22/09/15. Fizemos consulta ao DENATRAN sobre o assunto. Clique aqui e veja a íntegra do processo, com a Nota Técnica do CONTRAN. 

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Legislação citada:



Art. 54 do CTB. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só poderão circular nas vias:
        I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores;
        II - segurando o guidom com as duas mãos;
        III - usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do CONTRAN.


Art. 244 do CTB: Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:
.....
        VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente para indicação de manobras;
......
        Infração – grave; 
        Penalidade – multa;  

Resolução 160/09 CONTRAN: Clique aqui e procure pelo item 6, b

Código de Trânsito Completo: Clique aqui.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Conhecendo novas estradas próximo a Brasília

Estando cansado da mesmice de sempre (Jerivá, Rota 60, Formosa, Cristalina, entre outros destinos), e, não tendo sido possível viajar nesse carnaval, resolvi conhecer umas estradas próximo a Brasília. 

Haviam várias opções. No domingo, 15/2, por sugestão do meu amigo Marcelo Faria, fomos, eu, o Ronney Mendes e o Antonio Quezado, até Jaraguá, importante pólo de modas de Goiás. 

Mas ir pelo caminho mais curto não atingiria o objetivo inicial: Conhecer novos caminhos. Assim, resolvemos que iríamos pela BR-070 até Cocalzinho, de lá seguiríamos pela GO-414 até o entroncamento com a BR-080, para, uns 20km à frente pegar a GO-080, passar por Goianésia, para, finalmente chegar no destino.

Com exceção de um pequeno trecho (2km) após Cocalzinho, ruim, mas transitável, ficamos surpresos com a qualidade do asfalto e com as belas paisagens.



Chegamos em Goianésia, tiramos a foto tradicional e seguimos para um restaurante em Jaraguá, previamente cadastrado no GPS. Não entendi aquel sujeito carregando um abacaxi nas costas...

O GPS nos levou para um lugar, na rodovia, onde não existia nada. Só mato. Mas, logo à frente tinha um posto BR. Fomos até lá. Tinha um restaurante, onde almoçamos. Uma picanha maravilhosa...  Nem entramos na cidade. De propósito, como disse o Quezado, para termos motivo para voltar. 

Seguimos em direção a Pirenópolis, pelas BRs 153 e 070 e pela GO-338. Uma chuva ameaçou cair. Paramos para colocar as capas. Ela não veio. Chegando em Piri, as tiramos. O calor era grande.


Prosseguimos pela GO-338 até Abadiânia, chegando em casa no início da noite. 562km no total. Duração: 10h de passeio, incluindo várias paradas.

Na terça, 17, eu e o Aníbal saímos para conhecer umas estradas próximas. Sempre passamos perto delas, mas nunca por elas. 

Pegamos a BR-060 em direção a Goiânia. Logo após Samambaia, e antes do posto da PRF, seguimos em direção a Santo Antônio do Descoberto pela DF-280. Já no início, a estrada mostrou um belo visual, com algumas curvas. 

Depois, já chegando em Santo Antônio, seguimos pela DF-190 e depois pela DF-180 até o Gama. Estradas muito boas. Mais uma vez o visual nos surpreendeu. 



Retornamos pela DF-290 até a BR-060, onde paramos para beber uma água de coco. 


Na volta para Brasília, um temporal se anunciou sobre Samambaia. Mas durou pouco tempo. O suficiente para nos refrescar. 


Total de 166km, percorridos em menos de 3h. 

Sugiro, àqueles que pretendam conhecer o trajeto, fazer no seguinte sentido: Ir até o Gama, pela BR-040 (aproveite e façam uma visita à Capela São Francisco de Assis), e de lá, seguir pela DF-290 até a BR-060. De lá, seguir até após o posto da PRF, seguindo pela DF-280, até Santo Antônio do Descoberto. Depois, DF-190 e, finalmente, DF-180 até encontrar, novamente a BR-060. Dessa forma, evita-se o único trecho com asfalto ruim, que é o da DF-180, entre a BR-060 e a DF-290. Recomendo... Vale a pena.

Bom passeio. 









quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Gasolina com 27% de álcool.

#opinião de leigo. 

Se nem os fabricantes (ANFAVEA) dizem não saber se os 2% de álcool a mais na gasolina podem trazer problemas aos componentes da moto, quem saberá? Embora existam muitos sabichões por aí...
Imagem da internet
Dizem que reduzirá a vida útil do veículo, aumento do consumo e redução da potência. 

Eu, leigo no assunto, raciocino da seguinte maneira: se, com 25% de álcool, os componentes teriam uma durabilidade, por exemplo, de 50 mil km, com 27% de álcool durarão uns 40 mil km, ou seja, 20% menos. Teremos, além do suposto aumento no consumo de combustível, aumento nos custos de manutenção.

Assim, esse acréscimo de 2% será ótimo para os usineiros, para os fabricantes de peças de reposição (representados pela ANFAVEA), para todo o setor envolvido na produção, distribuição e venda do combustível e, claro, para alguns políticos que sempre ganham uma porcentagem (maior que 2%), sempre que favorecem algum ramo empresarial. Isso pra mim está claro como a luz do sol. Sem esquecer da Petrobrás, que ganhará, porque importará menos petróleo...

Os únicos prejudicados seremos nós, os consumidores. No bolso, principalmente. Para variar. Mas isso é culpa de quem elegeu os que estão no poder. 

Eu, proprietário de uma Harley-Davidson Ultra 2011/12, não estou nem aí. Não tenho como mudar essa situação. Abastecer só com Podium eu também não vou. Isso só para quem usa a moto para passeios de fins de semana. E as más línguas dizem que podium é gasolina de coxinhas...

Eu ando devagar para curtir a estrada e a paisagem. Não vejo nenhuma vantagem em melhorar o desempenho da minha moto, proporcionado pela Premium, que custa uns 20% a mais, porque, a guerreira (nome da minha moto) já é excelente. Poderá até demorar um pouco mais para dar a partida num dia frio (será?). Ou falhar em algumas retomadas de velocidade, mas saberei conviver com isso. 

Também não vou deixar de rodar e viajar por causa desses 2%. Irei, sempre que possível, um pouco mais longe... Nos países vizinhos (Bolívia, Argentina, Uruguai e até o Chile), pois, além de a gasolina ser muito melhor, e mais barata, as estradas são muito melhores e com visuais incríveis. É pra lá que eu pretendo ir.  

Concluindo: não se preocupem tanto com essa mistura de álcool e gasolina. Há muito pouco a ser feito. 

Daqui uns dois meses ninguém mais se importará com essa mistura e o governo irá passá-la para 30% e começará tudo novamente...

Brasilllllllllllllllll.....

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Fazedores de chuva não são bem-vindos em São Paulo

O motociclista que visitar todas as capitais dos estados, mais o Distrito Federal, é certificado como bandeirante fazedor de chuva. É um desafio do grupo fazedores de chuva, que estou realizando. 

Pois bem. Ontem estive no palácio bandeirantes, em SP, para fazer a foto obrigatória. Inicialmente não deixaram nem eu entrar no palácio. Após a recepcionista falar com meio mundo, repetindo meus argumentos de que se tratava de um desafio, permitiram que eu entrasse e fizesse a foto, desde que acompanhado de um segurança. 

Ao chegar no local, em frente ao palácio, e vestir a camisa respectiva para a foto, mandaram eu tirar. O segurança alegou que poderia ser interpretado como uma provocação, tendo em vista a falta de chuva no estado. 

Foi a maior confusão, quando disse que tiraria a camisa mas levaria o caso para a imprensa. O segurança, ao perceber que eu fazia uma selfie, quis impedir. Veio o chefe da segurança e um carro da polícia. Depois de muitas explicações, permitiram que eu fizesse a foto. 

Quando sai, vesti a camisa e tirei a foto do lado de fora do palácio. 

Absurdo essa dificuldade para tirar foto em um prédio público. Zero para o governo de SP. E que venham as chuvas.

O segurança chamando reforços...
Do lado de fora do palácio. A camiseta!

Eu, do lado de fora, com a camiseta!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Como enviar a moto dos EUA para a América do Sul.

Em minha recente viagem ao Alaska, desejava retornar também de moto. Mas não foi possível. 

Mas como enviar a moto para a América do Sul?

Muitos dizem que, se enviar para o Brasil, teremos muita dificuldade em retira-la da alfândega.... Não chequei essa informação, que acredito não ser totalmente verdadeira. Se a moto está registrada legalmente no Brasil em meu nome, por qual razão a receita a reteria?


Mas preferi não correr o risco e enviei a guerreira, de Los Angeles para Valparaizo, Chile, por via marítima. Escolhi o Chile porque o processo aduaneiro é mais simples, além de estar mais perto de Brasília (8 dias!). Pode ser pra outros locais. Lima, por exemplo. 

O que tem que ser feito?

Primeiro, estando em Los Angeles, com a moto, tem que ir ao US CUSTOMS, com o CRLV e o passaporte, e providenciar a importação para os EUA. O processo leva 5min. Simples. Esse é o documento:


Endereço:

US Customs / CBP - Auto Desk
301 E. Ocean Blvd., 8th Floor
Long Beach, CA. 90802


Com quase certeza pode ser em qualquer cidade. Não precisa ser exatamente nesse local. 

De posse do documento, basta levá-lo, junto com a moto até a empresa, fazer o pagamento e pronto. Deixe a moto e vá embora... A empresa que escolhi foi a DHX. Por indicação. Custo aproximado de 1.300 dólares. Pode ser aéreo também. Mais caro!!

A pessoa de contato na empresa é um brasileiro. A seguir cartão com os dados dele:



É isso. Qualquer esclarecimento complementar estou à disposição. E o Manny também. Super gente fina.

Atualização: Fui informado que outros viajantes não conseguiram enviar a moto através dessa empresa. Não quer dizer que suspenderam o envio. Entre em contato e se informe.

domingo, 18 de maio de 2014

De Moto, Com Deus, Com Destino ao Alaska

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14/8/14. 

Dia 25/5 saímos, nós três, com destino a Prudhoe Bay, Alaska, sem saber se chegaríamos em Três Lagoas, local do nosso primeiro pernoite. A dúvida era muito grande, mas foi ficando para trás, na medida em que distanciávamos de casa. 

A ideia inicial era fazermos todo o roteiro em três ou quatro etapas, de 25 dias cada uma, aproximadamente. Mas numa viagem dessa dimensão, imprevistos acontecem. E problemas também. E eles aconteceram e fizeram eu tomar uma drástica decisão. Com o apoio incondicional da minha esposa e dos meus filhos.

Ou eu mantinha o planejamento inicial, correndo o risco de pegar neve no Alaska, e ter que abortar a viagem, ou continuava. A decisão foi continuar, mesmo tendo que ficar 70 dias longe de todos. Esse era o cálculo. 

Mas os 70 se transformaram em 82, por conta de vários outros contratempos. Depois eu conto quais foram. E contarei também os riscos que corri, como, por exemplo, o de um tambor desgovernado quicando na rodovia, vindo em minha direção, assim que entrei nos EUA. Inimaginável até então. Como escapei??? Depois eu conto. Quem sabe num livro?

Tive que tomar outra decisão, não tão drástica. Depois de mais de 30 mil km e 82 dias juntos, deixo a Guerreira na casa de um amigo FC aqui em Los Angeles, Mike, e volto depois para buscá-la, ou mando ela para Lima? A 1ª hipótese era a que mais me agradava. Mas... 

Outro problema para resolver. Esse de calendário. Depois explico. Tem a ver, também, com o encontro internacional dos fazedores de chuva, que acontecerá em novembro, e do qual não poderei faltar. 

Assim, a tarefa era encontrar uma empresa que pudesse levá-la para mais perto, talvez Lima, Peru. Foi difícil, principalmente pelo fato de não falar inglês. Mas encontrei. As opções eram: Peru ou Valparaízo, no Chile? Optei por essa última. O processo aduaneiro é mais simples, segundo o agente da empresa daqui, um brasileiro!!! Eles sempre apareceram, todas as vezes que eu precisei. 

Com muita tristeza, hoje vamos nos separar da guerreira, até o dia 20 de setembro, quando iremos buscá-la no Chile. Talvez até teremos sorte e veremos muita neve na cordilheira dos Andes!!!

Com muita alegria no coração, por ter feito o trajeto, do fim do mundo, Ushuaia, ao topo do mundo, Prudhoe Bay, em exatos e exaustos 75 dias, com uma pausa de 5 meses e 5 dias em Brasília, esperando o verão chegar no Alaska, voltamos ora casa. 

Por enquanto, só nos dois. Uma pequena pausa para eu matar a saudade, que é grande, da minha família.

Mas a viagem não acabou. Acabará, pra valer, quando nós três chegarmos em Brasília, provavelmente dia 5 de outubro. 

Aos meus amigos que torceram, acompanharam e curtiram minha aventura, um beijo no coração. 
Aos que duvidaram, ou torceram contra, um beijinho no ombro....

Até breve. 

Ushuaia: 5/12/13

Prudhoe Bay: 22/07/14. Não exatamente essa foto. Mas é representativa. 

Aqui, na estrada entre Coldfoot e Prudhoe Bay:

Aqui, em Prudhoe Bay. 22/07/14

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22/7/2014. 59º dia. Prudhoe Bay. 

CHEGUEI....

Depois de 8h para percorrer 400km, cheguei em Deadhorse às 21:30. Cansado e sujo de lama. Durante o trajeto, chuva, cascalho, barro e, para complicar mais um pouco, obras. Não conseguia enxergar quase nada. 






Na manhã do dia 23, antes de iniciar o percurso de volta, fomos até Prudhoe Bay. Lugar que só tem poços de petróleo. Tirei as fotos no mar do ártico, voltamos para o hotel e iniciei a viagem de volta. 



No hotel que fiquei, a internet custa 5 dólares a hora. Como meu tempo era muito curto, preferi não pagar... Antes de partir, dei uma passada rápida no hotel Prudhoe Bay, onde a internet é free, só para fazer duas imagens. Uma, já conhecida, onde a bolinha azul se encontra em Prudhoe Bay, meu destino. 


A outra, do meu destino a partir de hoje. Brasília. 

Para terminar, gostaria de agradecer o pensamento positivo de todos meus familiares e amigos. Reais ou virtuais. Sem essa força teria sido mais difícil. Mando um abraço e um beijo fraternal para todos. 

Sem o apoio e incentivo dos meus filhos, não teria nem saído de Brasília. Amo vocês demais da conta. À minha mãe, que se preocupa em demasia, agradeço pelas orações. 

Mas uma pessoa, em especial, foi determinante para mim. Sem o apoio incondicional, o incentivo e as conversas quase diárias que tivemos, pelo watshapp, pelo skype ou pelo ooVoo, eu não teria conseguido. Nos momentos de incerteza, de saudade e de cansaço, foi ela que me deu forças para continuar. Minha esposa Zênia. 

Quis o destino que eu chegasse no dia em que comemoramos 25 anos de casados. Confesso que não planejei isso. Mas da metade da viagem em diante, pensei: e se eu chegar exatamente no dia 22?

Assim, aproveitando, pois não é qualquer um que tem essa oportunidade, quero dizer, diretamente aqui de Prudhoe Bay, 22.700km de distância e nesse dia especial: Zênia, EU TE AMO. Ontem, hoje e para sempre. E, a partir dessa viagem, te amo mais ainda. 

PS:

1) Esss post foi escrito nas noites (?) do dia 22 e do dia 23, já de volta a Coldfoot. Está sendo publicado no hotel de Fairbanks, onde estou. 

2) Maiores detalhes de como foi toda a viagem, como e porque decidi fazer o último trajeto debaixo de chuva, num local inóspito, indo contra o bom senso e contra recomendações de amigos que já tinham feito o percurso, só no livro.... 

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Está complicado atualizar o blog diariamente. 

Contudo, estou disponibilizando vários vídeos no meu canal do youtube: 


Entre no nosso grupo do facebook: Procure por: Motos e Motociclistas. 

Acompanhem minha localização diária via satélite, no Twitter: @viagensdemoto. 

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Dia 0. 18/5/14. Divulgação do roteiro. 

O desejo de viajar até Prudhoe Bay, no Alaska, surgiu em 2012. Desde então venho me preparando para realizar esse desejo. Foram várias viagens e milhares de quilômetros rodados, sendo a última delas até Ushuaia, no final de 2013, onde percorri mais de 16.000km, em 36 dias.


Mas o Alaska é longe, tenho ouvido frequentemente. Mas 'longe é um lugar que não existe', respondo. Depende, basicamente, do ponto de referência.

Por exemplo: estando em Whitehorse, no Canadá, serão apenas 1.800km. De Fairbanks serão só 800km, o que não é tão longe assim. Contudo, de Brasília, serão 22 mil km. É muito chão!


Ao se aproximar o dia da partida para uma viagem um pouco mais longa, sempre ficamos com uma indecisão. Uma incerteza. Confesso que isso acontece comigo. Mas o difícil é dar a partida na moto, como dizem meus amigos fazedores de chuva. Para amenizar a ansiedade e superar essa indecisão, coloquei em meus pensamentos que não vou para o Alaska. Aliás, essa sempre é minha estratégia de viagem.

No próximo domingo, 25/5, se nada nem ninguém me fizer mudar de ideia,  sairemos, eu, a Guerreira e Deus, com destino a Três Lagoas (MS), a 930km de Brasília, passando por Goiânia. Chegando lá, após as mais de 10h em que meus pensamentos estarão concentrados apenas na viagem, se não desistir, por qualquer motivo, no dia seguinte (26), sigo até Corumbá, a 760km.

Dia 27, não havendo qualquer problema ou se o sentimento de dúvida, indecisão ou incerteza desaparecerem, saio do Brasil, e sigo até Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Depois, Cochabamba, La Paz, Arequipa, já no Perú, e assim, dia após dia, sempre reavaliando se prossigo ou não, estarei cada vez menos longe do Alaska. 

Se, em qualquer ponto da jornada, seja após 2h ou 20 dias de viagem, quando já deverei estar saindo da América do Sul, alguma coisa acontecer, ou se chegar a conclusão que não devo ir, desisto ou volto, sem nenhum constrangimento. 

Ao entrar na América Central, desistir ficará mais difícil. Mas se for necessário...

Dessa vez farei um pouco diferente do que fiz na viagem para Ushuaia. Não publicarei, diariamente, o relato da jornada. Nem tampouco se desisti ou não. Mas manterei todos informados, periodicamente. Principalmente pelo twitter: @viagensdemoto, onde postarei algumas fotos e disponibilizarei, sempre que possível, minha localização, via satélite.

Um pequeno trecho da viagem:


A energia positiva dos familiares e amigos é parte do combustível que me alimentará durante toda a viagem. 

Escrevi quando cheguei em Ushuaia, em 5/12/13: Não devemos recuar em nossos propósitos. Em nossos projetos. Em nossos sonhos. As dificuldades que aparecem nada mais são do que um teste para ver se estamos ou não determinados a fazer o que planejamos. O que sonhamos. E, mais importante que isso, um teste para ver se realmente acreditamos que Deus está conosco. Não titubearei novamente. Nunca mais.

Que assim seja!

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Dia 1. 25/05. Brasília a Três Lagoas. 950km. 12h de viagem. 

Dia com o trecho mais longo de toda a viagem. Planejo percursos maiores no início das jornadas de forma a avaliar minhas condições físicas. Se tiver que sofrer algum cansaço, que seja perto de casa!

Saímos com 45min de atraso devido a entrevista que concedemos ao SBT. 

Começamos bem. Bem acompanhados. Cerca de 30 amigos compareceram ao local de saída, a maioria deles nos acompanhou nos primeiros 100km. Amigos de fé. Agradeço, de coração, a presença ilustre de todos. Quem não veio não perdeu, porque muito provavelmente tinham outros compromissos mais importantes, e, em nossas vidas, decidimos nossas prioridades. Compreendo e sinto que todos estão torcendo pra mim. 


No mais, viagem tranquila. Com o GPS indicando um caminho e eu indo por outro. Aqui nesse trecho conheço uns atalhos que ele desconhece. hehe



Chegamos já noite no destino, coisa que não acontecerá mais. 



Eu, sendo entrevistado. Meu filho Reinaldo me fez essa surpresa, avisando a emissora. 


Eu tirando foto da galera que não perde uma oportunidade para rodar.

Por hoje, estou mais determinado a ir até o destino final. 

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Dia 2. 26/5. Três Lagoas a Corumbá. 

BR-262 em bom estado de conservação. Em Campo Grande encontrei o amigo Marcão. Cheguei já ao anoitecer no destino. 


Por sorte, quando fui lavar a bolha e o farol vi que o aro estava solto. Ia perdê-lo.

Guardei o aro e fui para o hotel.

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Dia 3. 27/5. De Corumbá a Santa Cruz de La Sierra. 680km. 

Sai 7h40 do hotel. Ninguém na receita sabia nada sobre exportação temporária da moto. Disseram que não existe mais. Eu também não acho que seja necessário, mas enfim. Vamos ver no que vai dar. 

Levei 3 horas entre imigração, cujos servidores da PF só chegaram para atender às 8h30. Depois, aduana boliviana e, depois um documento, orden de traslado, desnecessário, mas faz parte para encher o bolso do pessoal. 30 bolivianos. Fiz câmbio a 2,90. 


O posto policial onde consegui fazer o documento, a 10km da fronteira. Neste, o servidor tinha saído para uma ocorrência e não tinha hora para voltar. 

As estradas são muito boas. Pequenos trechos ruins. A maior parte não tem asfalto. É concreto! 

Não tem como errar. É apenas uma ruta cruzando a Bolivia. 


Devido ao atraso na fronteira, rodei umas 3h a 130km/h para chegar a tempo de prender o aro na loja da Harley. Cheguei 17h55. Fechava 18h30. 


Não há problema algum de abastecimento na Bolívia. Apenas o preço é diferente para estrangeiros, o que acho normal. Paguei cerca de 2,80 o litro. 

Amanhã, quarta, resolvi ficar em Santa Cruz para verificar um barulho estranho na parte da frente da moto, parecendo que vem da suspensão. 

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Dia 4. 28/5. Hoje, como decidido ontem, fiquei morgando em Santa Cruz. Como tem um barulho na moto me incomodando desde a semana passada, fui até a loja da Harley para verificar. 


Encontrei com meu amigo harleyro Marcelo Luis Camacho, que me forneceu preciosas dicas sobre o roteiro e foi um dos responsáveis por minha passagem pela Bolívia, país vizinho e vítima de vários preconceitos, sem fundamento, por parte de muitos brasileiros.

Claro que ele assinou a bandeira, juntamente com o mecânico Alfredo Arratia, que me tranquilizou, dizendo que o barulho (tec tec tec), quando passo em pista defeituosa, é normal. 
O mecânico mexendo na moto. 


O povo boliviano é sensacional. Gente simpática. Prestativos. 




Ao contrário do que li em vários blogs, não achei o trânsito de Santa Cruz complicado. Nem escutei tanta buzina. Achei tal qual qualquer cidade brasileira. Afinal, são 3 milhões de habitantes. 

Agora no final do dia recebi uma mensagem em vídeo do Oscar Filho do CQC. Que responsabilidade a minha...

Amanhã, Cochabamba, onde iniciarei a subida da Cordilheira dos Andes. E não deverei mascar folhas de coca...

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