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14/8/14.
Dia 25/5 saímos, nós três, com destino a Prudhoe Bay, Alaska, sem saber se chegaríamos em Três Lagoas, local do nosso primeiro pernoite. A dúvida era muito grande, mas foi ficando para trás, na medida em que distanciávamos de casa.
A ideia inicial era fazermos todo o roteiro em três ou quatro etapas, de 25 dias cada uma, aproximadamente. Mas numa viagem dessa dimensão, imprevistos acontecem. E problemas também. E eles aconteceram e fizeram eu tomar uma drástica decisão. Com o apoio incondicional da minha esposa e dos meus filhos.
Ou eu mantinha o planejamento inicial, correndo o risco de pegar neve no Alaska, e ter que abortar a viagem, ou continuava. A decisão foi continuar, mesmo tendo que ficar 70 dias longe de todos. Esse era o cálculo.
Mas os 70 se transformaram em 82, por conta de vários outros contratempos. Depois eu conto quais foram. E contarei também os riscos que corri, como, por exemplo, o de um tambor desgovernado quicando na rodovia, vindo em minha direção, assim que entrei nos EUA. Inimaginável até então. Como escapei??? Depois eu conto. Quem sabe num livro?
Tive que tomar outra decisão, não tão drástica. Depois de mais de 30 mil km e 82 dias juntos, deixo a Guerreira na casa de um amigo FC aqui em Los Angeles, Mike, e volto depois para buscá-la, ou mando ela para Lima? A 1ª hipótese era a que mais me agradava. Mas...
Outro problema para resolver. Esse de calendário. Depois explico. Tem a ver, também, com o encontro internacional dos fazedores de chuva, que acontecerá em novembro, e do qual não poderei faltar.
Assim, a tarefa era encontrar uma empresa que pudesse levá-la para mais perto, talvez Lima, Peru. Foi difícil, principalmente pelo fato de não falar inglês. Mas encontrei. As opções eram: Peru ou Valparaízo, no Chile? Optei por essa última. O processo aduaneiro é mais simples, segundo o agente da empresa daqui, um brasileiro!!! Eles sempre apareceram, todas as vezes que eu precisei.
Com muita tristeza, hoje vamos nos separar da guerreira, até o dia 20 de setembro, quando iremos buscá-la no Chile. Talvez até teremos sorte e veremos muita neve na cordilheira dos Andes!!!
Com muita alegria no coração, por ter feito o trajeto, do fim do mundo, Ushuaia, ao topo do mundo, Prudhoe Bay, em exatos e exaustos 75 dias, com uma pausa de 5 meses e 5 dias em Brasília, esperando o verão chegar no Alaska, voltamos ora casa.
Por enquanto, só nos dois. Uma pequena pausa para eu matar a saudade, que é grande, da minha família.
Mas a viagem não acabou. Acabará, pra valer, quando nós três chegarmos em Brasília, provavelmente dia 5 de outubro.
Aos meus amigos que torceram, acompanharam e curtiram minha aventura, um beijo no coração.
Aos que duvidaram, ou torceram contra, um beijinho no ombro....
Até breve.
Ushuaia: 5/12/13
Aqui, na estrada entre Coldfoot e Prudhoe Bay:
Aqui, em Prudhoe Bay. 22/07/14
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22/7/2014. 59º dia. Prudhoe Bay.
CHEGUEI....
Depois de 8h para percorrer 400km, cheguei em Deadhorse às 21:30. Cansado e sujo de lama. Durante o trajeto, chuva, cascalho, barro e, para complicar mais um pouco, obras. Não conseguia enxergar quase nada.
Na manhã do dia 23, antes de iniciar o percurso de volta, fomos até Prudhoe Bay. Lugar que só tem poços de petróleo. Tirei as fotos no mar do ártico, voltamos para o hotel e iniciei a viagem de volta.
No hotel que fiquei, a internet custa 5 dólares a hora. Como meu tempo era muito curto, preferi não pagar... Antes de partir, dei uma passada rápida no hotel Prudhoe Bay, onde a internet é free, só para fazer duas imagens. Uma, já conhecida, onde a bolinha azul se encontra em Prudhoe Bay, meu destino.
A outra, do meu destino a partir de hoje. Brasília.
Para terminar, gostaria de agradecer o pensamento positivo de todos meus familiares e amigos. Reais ou virtuais. Sem essa força teria sido mais difícil. Mando um abraço e um beijo fraternal para todos.
Sem o apoio e incentivo dos meus filhos, não teria nem saído de Brasília. Amo vocês demais da conta. À minha mãe, que se preocupa em demasia, agradeço pelas orações.
Mas uma pessoa, em especial, foi determinante para mim. Sem o apoio incondicional, o incentivo e as conversas quase diárias que tivemos, pelo watshapp, pelo skype ou pelo ooVoo, eu não teria conseguido. Nos momentos de incerteza, de saudade e de cansaço, foi ela que me deu forças para continuar. Minha esposa Zênia.
Quis o destino que eu chegasse no dia em que comemoramos 25 anos de casados. Confesso que não planejei isso. Mas da metade da viagem em diante, pensei: e se eu chegar exatamente no dia 22?
Assim, aproveitando, pois não é qualquer um que tem essa oportunidade, quero dizer, diretamente aqui de Prudhoe Bay, 22.700km de distância e nesse dia especial: Zênia, EU TE AMO. Ontem, hoje e para sempre. E, a partir dessa viagem, te amo mais ainda.
PS:
1) Esss post foi escrito nas noites (?) do dia 22 e do dia 23, já de volta a Coldfoot. Está sendo publicado no hotel de Fairbanks, onde estou.
2) Maiores detalhes de como foi toda a viagem, como e porque decidi fazer o último trajeto debaixo de chuva, num local inóspito, indo contra o bom senso e contra recomendações de amigos que já tinham feito o percurso, só no livro....
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Está complicado atualizar o blog diariamente.
Contudo, estou disponibilizando vários vídeos no meu canal do youtube:
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Acompanhem minha localização diária via satélite, no Twitter: @viagensdemoto.
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Dia 0. 18/5/14. Divulgação do roteiro.
O desejo de viajar até Prudhoe Bay, no Alaska, surgiu em 2012. Desde então venho me preparando para realizar esse desejo. Foram várias viagens e milhares de quilômetros rodados, sendo a última delas até Ushuaia, no final de 2013, onde percorri mais de 16.000km, em 36 dias.
Mas o Alaska é longe, tenho ouvido frequentemente. Mas 'longe é um lugar que não existe', respondo. Depende, basicamente, do ponto de referência.
Por exemplo: estando em Whitehorse, no Canadá, serão apenas 1.800km. De Fairbanks serão só 800km, o que não é tão longe assim. Contudo, de Brasília, serão 22 mil km. É muito chão!
Ao se aproximar o dia da partida para uma viagem um pouco mais longa, sempre ficamos com uma indecisão. Uma incerteza. Confesso que isso acontece comigo. Mas o difícil é dar a partida na moto, como dizem meus amigos fazedores de chuva. Para amenizar a ansiedade e superar essa indecisão, coloquei em meus pensamentos que não vou para o Alaska. Aliás, essa sempre é minha estratégia de viagem.
No próximo domingo, 25/5, se nada nem ninguém me fizer mudar de ideia, sairemos, eu, a Guerreira e Deus, com destino a Três Lagoas (MS), a 930km de Brasília, passando por Goiânia. Chegando lá, após as mais de 10h em que meus pensamentos estarão concentrados apenas na viagem, se não desistir, por qualquer motivo, no dia seguinte (26), sigo até Corumbá, a 760km.
Dia 27, não havendo qualquer problema ou se o sentimento de dúvida, indecisão ou incerteza desaparecerem, saio do Brasil, e sigo até Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Depois, Cochabamba, La Paz, Arequipa, já no Perú, e assim, dia após dia, sempre reavaliando se prossigo ou não, estarei cada vez menos longe do Alaska.
Se, em qualquer ponto da jornada, seja após 2h ou 20 dias de viagem, quando já deverei estar saindo da América do Sul, alguma coisa acontecer, ou se chegar a conclusão que não devo ir, desisto ou volto, sem nenhum constrangimento.
Ao entrar na América Central, desistir ficará mais difícil. Mas se for necessário...
Dessa vez farei um pouco diferente do que fiz na viagem para Ushuaia. Não publicarei, diariamente, o relato da jornada. Nem tampouco se desisti ou não. Mas manterei todos informados, periodicamente. Principalmente pelo twitter: @viagensdemoto, onde postarei algumas fotos e disponibilizarei, sempre que possível, minha localização, via satélite.
Um pequeno trecho da viagem:
Um pequeno trecho da viagem:
A energia positiva dos familiares e amigos é parte do combustível que me alimentará durante toda a viagem.
Escrevi quando cheguei em Ushuaia, em 5/12/13: Não devemos recuar em nossos propósitos. Em nossos projetos. Em nossos sonhos. As dificuldades que aparecem nada mais são do que um teste para ver se estamos ou não determinados a fazer o que planejamos. O que sonhamos. E, mais importante que isso, um teste para ver se realmente acreditamos que Deus está conosco. Não titubearei novamente. Nunca mais.
Que assim seja!
Escrevi quando cheguei em Ushuaia, em 5/12/13: Não devemos recuar em nossos propósitos. Em nossos projetos. Em nossos sonhos. As dificuldades que aparecem nada mais são do que um teste para ver se estamos ou não determinados a fazer o que planejamos. O que sonhamos. E, mais importante que isso, um teste para ver se realmente acreditamos que Deus está conosco. Não titubearei novamente. Nunca mais.
Que assim seja!
Dia 1. 25/05. Brasília a Três Lagoas. 950km. 12h de viagem.
Dia com o trecho mais longo de toda a viagem. Planejo percursos maiores no início das jornadas de forma a avaliar minhas condições físicas. Se tiver que sofrer algum cansaço, que seja perto de casa!
Saímos com 45min de atraso devido a entrevista que concedemos ao SBT.
Começamos bem. Bem acompanhados. Cerca de 30 amigos compareceram ao local de saída, a maioria deles nos acompanhou nos primeiros 100km. Amigos de fé. Agradeço, de coração, a presença ilustre de todos. Quem não veio não perdeu, porque muito provavelmente tinham outros compromissos mais importantes, e, em nossas vidas, decidimos nossas prioridades. Compreendo e sinto que todos estão torcendo pra mim.
No mais, viagem tranquila. Com o GPS indicando um caminho e eu indo por outro. Aqui nesse trecho conheço uns atalhos que ele desconhece. hehe
Chegamos já noite no destino, coisa que não acontecerá mais.
Eu, sendo entrevistado. Meu filho Reinaldo me fez essa surpresa, avisando a emissora.
Eu tirando foto da galera que não perde uma oportunidade para rodar.
Por hoje, estou mais determinado a ir até o destino final.
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Dia 2. 26/5. Três Lagoas a Corumbá.
BR-262 em bom estado de conservação. Em Campo Grande encontrei o amigo Marcão. Cheguei já ao anoitecer no destino.
Guardei o aro e fui para o hotel.
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Dia 3. 27/5. De Corumbá a Santa Cruz de La Sierra. 680km.
Sai 7h40 do hotel. Ninguém na receita sabia nada sobre exportação temporária da moto. Disseram que não existe mais. Eu também não acho que seja necessário, mas enfim. Vamos ver no que vai dar.
Levei 3 horas entre imigração, cujos servidores da PF só chegaram para atender às 8h30. Depois, aduana boliviana e, depois um documento, orden de traslado, desnecessário, mas faz parte para encher o bolso do pessoal. 30 bolivianos. Fiz câmbio a 2,90.
O posto policial onde consegui fazer o documento, a 10km da fronteira. Neste, o servidor tinha saído para uma ocorrência e não tinha hora para voltar.
As estradas são muito boas. Pequenos trechos ruins. A maior parte não tem asfalto. É concreto!
Não tem como errar. É apenas uma ruta cruzando a Bolivia.
Devido ao atraso na fronteira, rodei umas 3h a 130km/h para chegar a tempo de prender o aro na loja da Harley. Cheguei 17h55. Fechava 18h30.
Não há problema algum de abastecimento na Bolívia. Apenas o preço é diferente para estrangeiros, o que acho normal. Paguei cerca de 2,80 o litro.
Amanhã, quarta, resolvi ficar em Santa Cruz para verificar um barulho estranho na parte da frente da moto, parecendo que vem da suspensão.
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Dia 4. 28/5. Hoje, como decidido ontem, fiquei morgando em Santa Cruz. Como tem um barulho na moto me incomodando desde a semana passada, fui até a loja da Harley para verificar.
Encontrei com meu amigo harleyro Marcelo Luis Camacho, que me forneceu preciosas dicas sobre o roteiro e foi um dos responsáveis por minha passagem pela Bolívia, país vizinho e vítima de vários preconceitos, sem fundamento, por parte de muitos brasileiros.
Claro que ele assinou a bandeira, juntamente com o mecânico Alfredo Arratia, que me tranquilizou, dizendo que o barulho (tec tec tec), quando passo em pista defeituosa, é normal.
O povo boliviano é sensacional. Gente simpática. Prestativos.
Ao contrário do que li em vários blogs, não achei o trânsito de Santa Cruz complicado. Nem escutei tanta buzina. Achei tal qual qualquer cidade brasileira. Afinal, são 3 milhões de habitantes.
Agora no final do dia recebi uma mensagem em vídeo do Oscar Filho do CQC. Que responsabilidade a minha...
Amanhã, Cochabamba, onde iniciarei a subida da Cordilheira dos Andes. E não deverei mascar folhas de coca...
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