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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Off Road, de moto, com destino a Pirenópolis

Como é sabido, tenho a alma inquieta. Sou um motociclista de viagem. Me incomoda muito ficar sem 'pegar' uma estrada. Ou, no mínimo, fazer um passeio um pouco mais longe do que ao Rota 60, Jerivá, Cristalina, Ficus, Formosa, Rota do Algodão, etc.

O ano de 2020 foi terrível, por conta da Covid-19, mas consegui fazer três viagens para Minas Gerais, concluindo a visita aos 853 municípios (veja aqui e o vídeo, aqui). No final de julho, final de agosto e final de setembro, entrando no início dos meses seguintes. E mais uns três passeios com amigos. E foi só!

Desde 2013, apenas em 2016 não viajei, de moto, para fora do país. 2013, Ushuaia. 2014, Alaska. 2015, Bolívia. 2017, Peru. 2018, noroeste da Argentina. 2019, Bolívia novamente. Assim, 2020 foi deprimente. Creio que somente no 2º semestre de 2021 as fronteiras estarão abertas.

Queria viajar no final do ano para o nordeste, mas não foi possível. Prometi para mim mesmo que 2021 seria diferente. Se não viajasse, faria pelo menos 2 passeios por mês, aqui por perto de Brasília mesmo, nem que fosse para os lugares preferidos pelos motociclistas de Brasília (afff). Mas é melhor que nada!

No primeiro sábado do mês (dia 2), logo após o café, um dia de sol muito lindo, peguei a moto e saí de casa. Mas para onde? Na primeira esquina decidi ir em direção a Padre Bernardo, pela BR-070. No caminho decidiria o destino. Fui quase próximo a Mimoso, saí da rodovia (BR-080) e entrei numa estrada de terra, que não sabia onde ia parar, mas imaginava que seria possível chegar em Cocalzinho. Pilotei por uns 20km e descobri que não chegava em nenhum lugar. Voltei para casa, passando por Águas Lindas (veja o #relive aqui).

No domingo (dia 3), a mesma coisa. Após o café, saímos, eu e minha esposa, para conhecer o LagoaTur, um clube recreativo na zona rural de Planaltina, Goiás (recomendo). De lá, segui para o Restaurante Dom Fernando por uma estrada que não conhecia: GO-430, asfaltada. E voltei pela BR-020, DF-345, DF-130 e BR-479, ou seja, por um caminho totalmente diferente. (veja o #relive aqui).

Na semana seguinte a estes dois passeios, me senti outra pessoa. Estava ficando deprimido. Como gostei muito daquele trecho sem asfalto lá perto de Mimoso, decidi que meus passeios seriam, predominantemente, por estradas não pavimentadas.

Acreditando que muitos motociclistas estejam na mesma situação, fiz um convite no grupo que administro no Facebook, para um passeio até Pirenópolis, por estradas de terra (off road). Dois, que não sabia quem eram, toparam. Rodrigo e Luís Guilherme. Quando nos encontramos no local de partida, foi uma grata surpresa descobrir que já conhecia o Rodrigo, filho do Wander Toledo, um amigo meu da época da adolescência.

Eu sabia o destino, mas não o caminho... até alertei aos interessados quanto a isto! Poderíamos nos perder. Alguns integrantes do grupo deram algumas dicas, o que me forçou a pesquisar o provável caminho.

Não achei quase nada. Só uma rota de um grupo de ciclistas, mas sem muitos detalhes. Para saber por onde passar tinha que adquirir um aplicativo. Fala sério... Daí, fui olhando no Google Maps, o provável caminho. Fiz umas marcações, com destaque para os entroncamentos e anotei as coordenadas (fácil fazer isto no Google Maps!). Depois, com estas marcações, tracei a rota no GM. Isto foi fácil.

Mas queria colocar a rota no GPS. E como fazer isto? Nunca tinha feito. Mas, se digo que farei uma coisa, não sossego enquanto não consigo! Assisti alguns vídeos, mas não dava certo. Li vários tutoriais, mas também não dava certo. Aí lembrei-me que o GPS Garmin tem um aplicativo (BaseCamp) que serve exatamente para isto. Nunca tinha usado.

Depois de várias tentativas, e umas 5h após, consegui colocar o mapa no GPS!

Na hora e dia combinados (8h10 de 9 de janeiro de 2021), saímos do Posto Playtime, em Taguatinga Sul. Seguimos em direção a Santo Antônio do Descoberto, pela BR-060. O início da estrada não pavimentada fica a 8,5km da cidade. 

A estrada, apesar de não ser pavimentada, é muito boa. Nem precisava eu ter marcado os pontos no Google Maps. As bifurcações eram entradas para fazendas. Com exceção de uma, à esquerda, a 12km, alguns metros antes do Rio Areias. Até pensei que tinha errado o caminho. O resto do trecho é só seguir pela via principal.

Num determinado trecho tinha umas poças de água. Numa delas, o Rodrigo deixou a moto tombar, o que fez com que levássemos algum tempo para resolver, porque a moto caiu atravessada e a poça estava muito escorregadia, o que dificultou muito. Mas tiramos a moto e prosseguimos.



Chegamos, após 26km após o asfalto, no Bar Zé da Ana, onde tem uma placa indicando duas direções. Uma para a cidade eclética e outra para Aparecida de Loyola, para onde íamos. O Bar funciona, mas só através da janela. Trafegamos por uns kms pela GO-225. Depois prosseguimos pelas estradas de acesso às fazendas.

31km após o asfalto (lá em S. A. do Descoberto) tinha a entrada para a Nex no Extinction, uma fazenda onde funciona uma ONG que cuida de onças feridas. Fomos até lá, mas estava fechado. É necessário agendamento.

1km após a entrada para a NEX, chegamos em Aparecida de Loiola. Ao sair, o GPS (previamente programado), me enganou. Erramos o caminho por nada mais nada menos que uns 10km. Naquele sentido iríamos em direção a Olhos D'água. Não era nosso desejo. Voltamos!

Mais uns 15km chegamos num povoado, que não sei o nome. Os moradores disseram ser Morrinho, mas no Google Maps indica sr Mamoneira. Até este ponto, 47km desde o asfalto.

Saindo deste povoado, uns 4km, à esquerda, o Google Maps não mostrava a rota. Mas era possível ver um caminho indo por lá (seria um atalho?). Fomos lá ver porque o aplicativo não mostrava a rota. E descobrimos...

Neste pequeno trecho tivemos alguns percalços. Uma poça de água com muita lama e um cheiro de cocô de vaca. O Luís, que estava com muito calor, resolveu dar um mergulho...

Mais a frente, uma subida numa pedreira (literalmente), com alguns degraus, impossibilitava a passagem das motos, principalmente a do Rodrigo, uma DragStar. De bike acredito ser possível, mas apenas carregando a bicicleta. Veículos 4x4 passam, mas creio que com dificuldade. Até a cavalo, disseram os moradores do povoado, é difícil. Vídeo aqui  

Lá em cima é o problema...

Decidimos voltar, pois sabia que, uns 5km após Mamoneira, sentido Edilândia, havia um caminho que o GM mostrava a rota. Mas não conseguimos chegar em Pirenópolis. Com as várias paradas para papear, tirar fotos, visitar a NEX, resolver os perrengues e o tempo analisando a possibilidade de passar pela pedreira, o tempo voou. Já era 14h e faltavam uns 45km até Pirenópolis (estrada de terra). Chegar em Pirenópolis por volta das 17h não fazia sentido. Além disso, ameaçava uma chuva, reforçando a ideia de encerrar o passeio por ali mesmo. Chamei de 1ª ETAPA. Veja o vídeo aqui.

Vem chuva...

Faremos a 2ª ETAPA (de Edilândia a Pirenópolis), no dia 24 de janeiro (se não chover...).

Se alguém se interessar, as coordenadas principais do trecho são estas, na sequência: 

1ª ETAPA, de Santo Antônio do Descoberto até 5km após Morrinho (ou Mamoneira), onde encerramos o passeio, e a 9km de Edilândia:

Início: -15.922751,-48.330181

Virar à direita: -15.941010,-48.370341

Virar à direita: -15.964051,-48.411985 (Ponte sobre o Rio Areias)

Virar à direita: -15.946501,-48.459893

Virar à esquerda (Boteco Zé da Ana): -15.912548,-48.439436

À direita, entrada para Nex on Protection: -15.883391,-48.493247

Virar à direita, logo após Aparecida de Loiola (aqui eu errei!, segui direto): -15.880399,-48.503562

Virar à esquerda: -15.849344,-48.567683

À esquerda, pedreira (não conseguimos passar). À direita, entrada para caminho correto: -15.826747,-48.594887

Final da 1ª ETAPA: -15.799363,-48.565773 (de quem vem de Edilândia, virar à direita. Quem vem de Morrinho, virar à esquerda). Veja o roteiro total:


Obs.: Em algumas bifurcações, há uma placa afixada em uma árvore ou mourão, com uma seta vermelha indicando o caminho. Com exceção da bifurcação antes do Rio Areias e após Aparecida de Loiola, não há como errar.

Veja a placa, no mourão

Mais fotos abaixo. Aguardem detalhes da 2ª ETAPA!

Entrada do Off Road

À esquerda, Alexânia

Parada para contemplação

NEX on Protection

Cabra corajoso!!

Poças nojentas


Passagem impossível... (??)

Vistas lindas

Analisando a pedreira

Problema de perna curta...

Vistas lindas

Trecho muito complicado. Voltamos

Problema de perna curta...

Eca... bosta de vaca (fortuna???)

Sujou legal

Vem chuva (olha a placa na árvore)

Moto valente essa Drag Star

Banho no final (tirando a bosta kkk)



quarta-feira, 6 de junho de 2018

No meio do caminho tinha muita areia

Algumas das estradas não pavimentadas do Norte de Minas Gerais possuem muita areia. Eu não gosto deste tipo de terreno. Já quase cai num banco de areia que surgiu de repente. 

Por esta razão sempre pergunto, para os locais, se há bancos de areia no caminho. 

Na ida para Miravânia esqueci de perguntar e, quando faltavam 30km para chegar ao município, tinha uma parte não pavimentada e com areia no piso. No início até que deu para ir bem, mas apareceu um trecho (8km, segundo o motorista de uma caminhonete que passou enquanto eu avaliava a situação) com muita areia (veja o vídeo). 

Decidi recuar. Com três bauletos, dois galões de gasolina sobre o banco e pneus mais para asfalto, era muito arriscado. E, viajando solo, não posso me dar ao luxo de errar. De cair.

Voltarei. Quem sabe com uma galera que curte um off road e aproveitamos e vistamos o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu?

Mas não foi só. Dois dias após, saindo de Icaraí de Minas para Ubaí, havia um atalho de 22km, não pavimentado, e perguntei aos moradores e a resposta foi que não tinha bancos de areia. E fui.

No início, tinha um pequeno trecho com areia. 

Passei por ele, devagar e, depois, só estrada cascalhada, o que não traz maiores perigos. Parei numa comunidade próxima e perguntei se tinha mais areia e me disseram que não. Fui...

Mas tinha. Não devia ter confiado tanto. (Dias atrás teve a travessia do rio...  Você pode ver aqui)


Entrei no areião a uns 40km/h. A moto ziguezagueou, perdeu velocidade rapidamente e, quando vi que não ia conseguir mantê-la de pé, pulei no areião tal qual nos meus velhos tempos de goleiro. Não podia correr o risco da moto cair sobre minha perna. 

Dá para ver o rastro da moto marcado na areia...

Nada sofri. Não considero queda porque pulei da moto antes de ela tombar. 

A moto teve pequenas, muito pequenas avarias. 

Baú amassado
Só sujeira...
Mais sujeiras...
Sujeiras e danos na fixação do suporte da garrafinha.
Nada demais, exceto a quina do baú que teve o reforço interno quebrado. Detalhe: estreava os baús novos, trocados pela GIVI após quase terminar o período de garantia. ;(
Só substituí-lo...
Levantei a moto, com ajuda de dois 'bebuns' que estavam num bar próximo, e segui adiante. Com toda cautela possível. 

Não sei se há cursos para trafegar em areias que surgem de repente... se tiver, vou fazer. 

É minha única deficiência em pilotagem. Realmente fico receoso em enfrentar este tipo de terreno. 


quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Uma dor e algumas decepções de uma Harleyra

A dor de uma motociclista que sobreviveu a um acidente na volta de um passeio, mas teve a infelicidade de ver seu fiel amigo respirar pela última vez e algumas decepções: Com a Justiça, com a Brasília Harley-Davidson e com os que ela considerava parceiros do HOG Brasília Chapter. 

Compartilho seu relato, com autorização expressa da autora: 

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Quanto custa e como conseguir dinheiro para viajar de moto

Para viajar é necessário, entre outras coisas, dinheiro. Disto não há a menor dúvida. Pouco que seja, mas é indispensável. Sem dinheiro, não se sai do lugar, não é mesmo? Gasta-se com a moto, com você e com um monte daquelas outras coisas. 

Tentarei, neste post, detalhar os gastos e as maneiras de custear uma viagem de moto. Vale para carro também. 
Carretera no Peru - Ayacucho
CUSTOS COM A MOTO:

Tem custos que são inevitáveis. Combustível, por exemplo. Sem ele, a moto não funciona. Os Lubrificantes também são indispensáveis. Tá bom, para estes tem como encontrar aquele mais barato, não recomendado pelo fabricante. Mas funciona... Quanto àquele (gasolina), não tem jeito. É custo obrigatório. Não tem como pedir descontos ao frentista. No máximo pode abastecer num posto sem bandeira. Mas não é recomendável que se faça isto no Brasil.

Outros custos, agora com a manutenção, podem ser reduzidos. Por exemplo, com algumas peças. Dependendo de qual seja, pode ser substituída por outras, não originais. Em certos casos não é aconselhável, mas faz a moto sair do lugar. Isto é o que importa, não é? Mas tem que ter cuidado com peças xing ling... Pode estragar a viagem.

Quanto à mão de obra, também pode se reduzir fazendo os serviços em oficinas alternativas ou até quase eliminar, caso o motociclista saiba fazer a manutenção de sua moto. O que gera uma economia razoável. Mas quem sabe fazer isto é exceção, certo? E, mesmo assim, há serviços que só em oficina é possível fazer. Portanto, há custos com manutenção. 

CUSTOS COM O PILOTO:

Primeiro, em relação à alimentação, é possível economizar uns trocados. Afinal, em quase todo lugar tem restaurante para todos os gostos e bolsos. Mas neste quesito, é necessário tomar muito cuidado, porque a economia pode sair caro (remédios, tempo perdido, risco de infecções, etc.). Se não tem como economizar no combustível da moto, por que economizar, em demasia, com nosso combustível (alimentação), a ponto de nos causar problemas de saúde! Quanto à água, mesmo procedimento, até com mais cautela. Problemas de saúde podem prejudicar e até interromper a viagem.

Hospedagem: Também é possível economizar, e muito, neste quesito. Na maioria dos lugares há hotéis, hosteis, pousadas, igrejas, casa de conhecidos (a irmandade... - muitos são membros de motoclubes para filarem uma estadia!), postos de gasolina e beira de rios ou de rodovias (para acampar), etc. Cada um tem um jeito. Mas não é em todo lugar que é possível evitar gastos com acomodações. 

OUTROS CUSTOS:

Há inúmeras outras despesas, tais como pedágios, passeios e entradas em atrações turísticas, documentação, equipamentos diversos (barracas, spots, máquinas fotográficas, etc.), eventuais transporte da moto (balsas, aviões, guinchos para evitar uma situação crítica), vestuário, seguros diversos, impostos, etc. Mas são despesas mínimas e nem sempre necessárias. Mas devem ser contabilizadas, se for o caso. 

Por fim, há também a depreciação da moto. Item bastante desprezado pela maioria. Afinal, quanto mais se usa, mais desvaloriza. Por experiência própria, uma moto (ou qualquer veículo) perde, em média, 8% de seu valor, por ano! Uma moto que custe R$ 60.000,00, a cada ano desvaloriza, R$ 4.800,00. Ou seja, R$ 400,00 por mês, o que dá aproximadamente R$ 13,00 por dia! São custos, certo? Afinal, após um certo tempo você terá que trocar de moto. Levamos em consideração uma utilização da moto por cinco anos. Depois destes cinco anos, se consegue R$ 36.000,00 na moto, cuja nova custa R$ 60.000,00!

Em relação aos custos com a moto, depende tão somente da quilometragem percorrida

Quanto aos custos com o piloto e depreciação da moto, a relação de dependência é com os dias de viagem. Quanto aos outros custos, dependem, em grande parte, dos destinos.

Perguntas que se deve fazer, para calcular o custo de uma viagem: 
1. Quantos quilômetros irei percorrer, em toda viagem?
2. Quanto minha moto (ou qualquer outro veículo) consome de combustível por km rodado?
3. Qual o preço médio do combustível?
4. Qual é o gasto com manutenção, por km rodado (incluindo peças, mão de obra, pneus, rolamentos, etc.)? 
5. Qual a duração, em dias, da minha viagem?

Com as respostas a estas perguntas, poderemos fazer uma previsão inicial do custo total da viagem.

Por exemplo: 
Uma moto que faça média de 18km[1] com um litro de gasolina, o que é o consumo da maioria. O valor médio do combustível é por volta de R$ 3,80 (sempre bom colocar um pouco acima!). Portanto, R$ 0,21/km.

A cada 10.000km, em média, se faz revisão na moto e cada uma custa, em concessionária, por volta de R$ 2.600,00, incluindo os itens que não são substituídos em todas revisões, tais como pneus, bateria, discos, rolamentos  e pastilhas, por exemplo. Com certeza, alguns custos não são gastos durante a viagem, mas são custos que devem ser considerados.

Ou seja, neste exemplo, gasta-se R$ 0,21 (3,80/18), com combustíveis e R$ 0,26 (2.600,00/10.000) com manutenção, por km rodado, considerando revisão feita em concessionária. Ou, seja, R$ 0,47 por km rodado, com a moto, fora os imprevistos! Este custo, com manutenção, como dito acima, pode ser bastante reduzido. Mas não deixe de contabilizar os custos com pneus, baterias, rolamentos, etc., que não se troca em toda revisão. Pneus e discos de embreagem ou de freio são caros!!

Portanto, numa viagem de 15.000km, é possível prever um gasto, com a moto, de, aproximadamente, R$ 7.050,00, excetuando-se os imprevistos (15.000 x 0,47). Se utilizar uma moto mais econômica, que faça 30km/l, por exemplo, o custo com combustíveis seria de R$ 0,13 por km rodado (R$ 3,80/30). Numa viagem de 15.000km, gasta-se R$ 1.950,00, só com gasolina

Com manutenção, cada um tem um custo diferente. Mas contabilize os itens que troca de vez em quando. Calcule aí o gasto que você tem com manutenção (incluindo, pneus, baterias e outros itens que não são substituídos em todas elas) e divida pela quilometragem de revisão ou troca, para saber o custo por km.

Com alimentação e hospedagem, que dependem do número de dias que durará a viagem, a conta é um pouco mais complicada. Depende muito dos destinos diários, da idade do piloto, do apetite, da grana disponível, etc.. A maioria, eu incluso, pernoita em hotéis com boa localização, que tenha estacionamento, internet, chuveiro bom, cama confortável, café da manhã e restaurante nas proximidades.

Ceviche a 30 reais e frango assado com fritas, a 14 reais, no Peru. Lima e Huánuco. 


Algumas vezes emcontramos bons hotéis a R$ 40,00 e noutras, o custo é de R$ 180,00 ou mais. Mas é possível pagar até R$ 20,00 por pernoite, a depender do local. Consideremos o custo médio com hospedagem, no valor de R$ 120,00.

Pensão a 20 reais em Serra da Saudade, Minas Gerais, e hotel a 150 reais em Huánuco, Peru:


Alimentação também depende muito dos destinos. Mas, em média, gasta-se por volta de R$ 40,00/dia (lanches e jantar ou almoço). Na mesma viagem (15.000km), com duração de 30 dias, a previsão de gastos nestes dois quesitos (hospedagem e alimentação) é de R$ 4.800,00. Menos do que o gasto com a moto!

E, ainda, temos uma despesa oculta de aproximadamente, R$ 390,00 com a depreciação da moto... (30 dias x 13,00). Mixaria né? Mas tem que contabilizar. 

Totais: Moto: R$ 7.050,00; piloto: R$ 4.800,00. Depreciação: 390,00. Sub-total: R$ 12.240,00. Que não são, necessariamente, gastos durante a viagem. Pode ser antes ou depois.

Quanto aos demais itens (passeios, documentação, pedágios, etc.), gasta-se muito pouco. Não compensa nem Individualizá-los. Mas faça uma reserva, algo como 15% do custo total (moto e piloto). Ou seja, no nosso exemplo, R$ 1.836,00. 

Total previsto para uma viagem de 15.000km e 30 dias, preveja um gasto de R$ 14.076,00. Estamos nos referindo a uma viagem prazeirosa, não penitente... De sacrifícios. Estas são raras. 

Se tiver acompanhante, o custo extra será com alimentação, principalmente. Se for o caso, contabilize este acréscimo. 

Feita a previsão de gastos, a pergunta que se faz é a seguinte: Como conseguir dinheiro para realizar a viagem?

Há várias maneiras:

1. Você trabalha, ou é aposentado, ou já trabalhou muito e ganha (ou ganhou) razoavelmente bem. Ou tem pai rico, ou ganhou na mega sena, sei lá... Aí não é problema, certo? Tem até uma boa (?) e cara moto, tempo e dinheiro disponíveis. Vai pra onde você quiser, certo?

2. Você trabalha mas ainda não tem uma boa remuneração. Mas mesmo assim viaja, economizando no que for possível. Claro que há limitações, neste caso. Com destinos, alimentação e hospedagem, principalmente.

3. Não trabalha nem tem qualquer rendimento. Mas quer viajar. Neste caso, vende o pouco que tem ou procura patrocínios, o que a minoria consegue! E sai por aí, às vezes, mendigando hospedagem e alimentação. 

Na primeira maneira, às vezes nem é necessário prever custos. Vai e pronto. Gasta-se o que for necessário e até com o que não for.

Já na segunda e terceira maneiras (principalmente nesta), pode fazer o seguinte:

Junte um pouco de dinheiro ou venda alguma coisa, ou faça um empréstimo, sei lá.., e faça uma pequena viagem, de preferência uma que desperte o interesse de muitos. Geralmente uma daquelas viagens que poucos tem coragem de fazer. Principalmente, em vias não pavimentadas. A galera adora! Depois, escreva um livro ou faça um DVD com vídeos e fotos destas viagens, venda e consiga dinheiro para as próximas. 

Só não esqueça de uma coisa: se ficar juntando dinheiro para viajar, por muito tempo, você corre o risco de morrer antes. 😉

Quanto mais você viaja e produz livros ou documentários, mais grana você vai acumulando, até ser possível viajar para qualquer destino. E até, quem sabe, parar de trabalhar e viver de suas viagens! Mas não esqueça: Viaje sempre para aqueles destinos que despertam muito interesse. Senão a fonte seca!

Uma outra forma é trabalhar durante a viagem (o que quase ninguém quer...). Nos destinos turísticos sempre se consegue uma ocupação, por uma semana ou um mês. Com o dinheiro que consegue, prossiga a viagem. Mas não descarte a produção dos livros e documentários, afinal, haverá muita história a ser contada. Os perrengues são sempre interessantes...

Tem também a famosa vaquinha... Arrume uma desculpa qualquer para pedir dinheiro para os incautos motociclistas que acreditam em tudo... Há várias histórias relatadas na internet. Eu conheço um que fez vaquinha para comprar uma máquina fotográfica... Tem até site especializado para pedir dinheiro para os outros. E o que não falta é gente generosa, não é mesmo? Aquela irmandade... Ou incauto, sei lá. 

Você pode também virar agente de mototurismo em duas rodas e guiar motociclistas que não sabem ou não querem planejar uma viagem ou viajar sem um comandante. Tem muitos por aí que precisam disto. 

Ah... tem como faturar uns trocados dando palestras também... Montadoras tem investido nisto, como forma de ajudar vender seus produtos. Nem precisa ter muita experiência...

Por último, pelo menos neste post, há os patrocínios. Se sua viagem for realmente interessante, para algum segmento comercial ou científico, é possível conseguir, dependendo da sua lábia e do grau de relacionamento com as empresas ou entidades. Conheço quem está viajando há três anos à custa de patrocínios, com pouquíssimo recurso próprio. 

Finalmente, viaje!!! Não importa a maneira. Viajar é descobrir e se descobrir. Ler livros e assistir documentários não te leva a nenhum lugar. É como ficar acelerando sua moto sem sair do lugar. A famosa zueira.

E zueira, estamos fora, não é o que se diz?

PS: tudo o que está escrito é baseado em minha experiência própria.... Há controvérsias, claro!!

PS2: ainda vou publicar um livro e uns documentários... mas só depois que parar de viajar. Viajar toma muito meu tempo!

PS3: qualquer semelhança com personagens reais é mera coincidência. 



[1] Para calcular a média de consumo de sua moto, encha bem o tanque e anote a quilometragem no momento. Percorra 100km e encha o tanque novamente, até o mesmo nível do abastecimento anterior. Divida 100 pela quantidade de litros que coube. O resultado é a média de consumo.

domingo, 18 de maio de 2014

De Moto, Com Deus, Com Destino ao Alaska

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14/8/14. 

Dia 25/5 saímos, nós três, com destino a Prudhoe Bay, Alaska, sem saber se chegaríamos em Três Lagoas, local do nosso primeiro pernoite. A dúvida era muito grande, mas foi ficando para trás, na medida em que distanciávamos de casa. 

A ideia inicial era fazermos todo o roteiro em três ou quatro etapas, de 25 dias cada uma, aproximadamente. Mas numa viagem dessa dimensão, imprevistos acontecem. E problemas também. E eles aconteceram e fizeram eu tomar uma drástica decisão. Com o apoio incondicional da minha esposa e dos meus filhos.

Ou eu mantinha o planejamento inicial, correndo o risco de pegar neve no Alaska, e ter que abortar a viagem, ou continuava. A decisão foi continuar, mesmo tendo que ficar 70 dias longe de todos. Esse era o cálculo. 

Mas os 70 se transformaram em 82, por conta de vários outros contratempos. Depois eu conto quais foram. E contarei também os riscos que corri, como, por exemplo, o de um tambor desgovernado quicando na rodovia, vindo em minha direção, assim que entrei nos EUA. Inimaginável até então. Como escapei??? Depois eu conto. Quem sabe num livro?

Tive que tomar outra decisão, não tão drástica. Depois de mais de 30 mil km e 82 dias juntos, deixo a Guerreira na casa de um amigo FC aqui em Los Angeles, Mike, e volto depois para buscá-la, ou mando ela para Lima? A 1ª hipótese era a que mais me agradava. Mas... 

Outro problema para resolver. Esse de calendário. Depois explico. Tem a ver, também, com o encontro internacional dos fazedores de chuva, que acontecerá em novembro, e do qual não poderei faltar. 

Assim, a tarefa era encontrar uma empresa que pudesse levá-la para mais perto, talvez Lima, Peru. Foi difícil, principalmente pelo fato de não falar inglês. Mas encontrei. As opções eram: Peru ou Valparaízo, no Chile? Optei por essa última. O processo aduaneiro é mais simples, segundo o agente da empresa daqui, um brasileiro!!! Eles sempre apareceram, todas as vezes que eu precisei. 

Com muita tristeza, hoje vamos nos separar da guerreira, até o dia 20 de setembro, quando iremos buscá-la no Chile. Talvez até teremos sorte e veremos muita neve na cordilheira dos Andes!!!

Com muita alegria no coração, por ter feito o trajeto, do fim do mundo, Ushuaia, ao topo do mundo, Prudhoe Bay, em exatos e exaustos 75 dias, com uma pausa de 5 meses e 5 dias em Brasília, esperando o verão chegar no Alaska, voltamos ora casa. 

Por enquanto, só nos dois. Uma pequena pausa para eu matar a saudade, que é grande, da minha família.

Mas a viagem não acabou. Acabará, pra valer, quando nós três chegarmos em Brasília, provavelmente dia 5 de outubro. 

Aos meus amigos que torceram, acompanharam e curtiram minha aventura, um beijo no coração. 
Aos que duvidaram, ou torceram contra, um beijinho no ombro....

Até breve. 

Ushuaia: 5/12/13

Prudhoe Bay: 22/07/14. Não exatamente essa foto. Mas é representativa. 

Aqui, na estrada entre Coldfoot e Prudhoe Bay:

Aqui, em Prudhoe Bay. 22/07/14

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22/7/2014. 59º dia. Prudhoe Bay. 

CHEGUEI....

Depois de 8h para percorrer 400km, cheguei em Deadhorse às 21:30. Cansado e sujo de lama. Durante o trajeto, chuva, cascalho, barro e, para complicar mais um pouco, obras. Não conseguia enxergar quase nada. 






Na manhã do dia 23, antes de iniciar o percurso de volta, fomos até Prudhoe Bay. Lugar que só tem poços de petróleo. Tirei as fotos no mar do ártico, voltamos para o hotel e iniciei a viagem de volta. 



No hotel que fiquei, a internet custa 5 dólares a hora. Como meu tempo era muito curto, preferi não pagar... Antes de partir, dei uma passada rápida no hotel Prudhoe Bay, onde a internet é free, só para fazer duas imagens. Uma, já conhecida, onde a bolinha azul se encontra em Prudhoe Bay, meu destino. 


A outra, do meu destino a partir de hoje. Brasília. 

Para terminar, gostaria de agradecer o pensamento positivo de todos meus familiares e amigos. Reais ou virtuais. Sem essa força teria sido mais difícil. Mando um abraço e um beijo fraternal para todos. 

Sem o apoio e incentivo dos meus filhos, não teria nem saído de Brasília. Amo vocês demais da conta. À minha mãe, que se preocupa em demasia, agradeço pelas orações. 

Mas uma pessoa, em especial, foi determinante para mim. Sem o apoio incondicional, o incentivo e as conversas quase diárias que tivemos, pelo watshapp, pelo skype ou pelo ooVoo, eu não teria conseguido. Nos momentos de incerteza, de saudade e de cansaço, foi ela que me deu forças para continuar. Minha esposa Zênia. 

Quis o destino que eu chegasse no dia em que comemoramos 25 anos de casados. Confesso que não planejei isso. Mas da metade da viagem em diante, pensei: e se eu chegar exatamente no dia 22?

Assim, aproveitando, pois não é qualquer um que tem essa oportunidade, quero dizer, diretamente aqui de Prudhoe Bay, 22.700km de distância e nesse dia especial: Zênia, EU TE AMO. Ontem, hoje e para sempre. E, a partir dessa viagem, te amo mais ainda. 

PS:

1) Esss post foi escrito nas noites (?) do dia 22 e do dia 23, já de volta a Coldfoot. Está sendo publicado no hotel de Fairbanks, onde estou. 

2) Maiores detalhes de como foi toda a viagem, como e porque decidi fazer o último trajeto debaixo de chuva, num local inóspito, indo contra o bom senso e contra recomendações de amigos que já tinham feito o percurso, só no livro.... 

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Está complicado atualizar o blog diariamente. 

Contudo, estou disponibilizando vários vídeos no meu canal do youtube: 


Entre no nosso grupo do facebook: Procure por: Motos e Motociclistas. 

Acompanhem minha localização diária via satélite, no Twitter: @viagensdemoto. 

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Dia 0. 18/5/14. Divulgação do roteiro. 

O desejo de viajar até Prudhoe Bay, no Alaska, surgiu em 2012. Desde então venho me preparando para realizar esse desejo. Foram várias viagens e milhares de quilômetros rodados, sendo a última delas até Ushuaia, no final de 2013, onde percorri mais de 16.000km, em 36 dias.


Mas o Alaska é longe, tenho ouvido frequentemente. Mas 'longe é um lugar que não existe', respondo. Depende, basicamente, do ponto de referência.

Por exemplo: estando em Whitehorse, no Canadá, serão apenas 1.800km. De Fairbanks serão só 800km, o que não é tão longe assim. Contudo, de Brasília, serão 22 mil km. É muito chão!


Ao se aproximar o dia da partida para uma viagem um pouco mais longa, sempre ficamos com uma indecisão. Uma incerteza. Confesso que isso acontece comigo. Mas o difícil é dar a partida na moto, como dizem meus amigos fazedores de chuva. Para amenizar a ansiedade e superar essa indecisão, coloquei em meus pensamentos que não vou para o Alaska. Aliás, essa sempre é minha estratégia de viagem.

No próximo domingo, 25/5, se nada nem ninguém me fizer mudar de ideia,  sairemos, eu, a Guerreira e Deus, com destino a Três Lagoas (MS), a 930km de Brasília, passando por Goiânia. Chegando lá, após as mais de 10h em que meus pensamentos estarão concentrados apenas na viagem, se não desistir, por qualquer motivo, no dia seguinte (26), sigo até Corumbá, a 760km.

Dia 27, não havendo qualquer problema ou se o sentimento de dúvida, indecisão ou incerteza desaparecerem, saio do Brasil, e sigo até Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Depois, Cochabamba, La Paz, Arequipa, já no Perú, e assim, dia após dia, sempre reavaliando se prossigo ou não, estarei cada vez menos longe do Alaska. 

Se, em qualquer ponto da jornada, seja após 2h ou 20 dias de viagem, quando já deverei estar saindo da América do Sul, alguma coisa acontecer, ou se chegar a conclusão que não devo ir, desisto ou volto, sem nenhum constrangimento. 

Ao entrar na América Central, desistir ficará mais difícil. Mas se for necessário...

Dessa vez farei um pouco diferente do que fiz na viagem para Ushuaia. Não publicarei, diariamente, o relato da jornada. Nem tampouco se desisti ou não. Mas manterei todos informados, periodicamente. Principalmente pelo twitter: @viagensdemoto, onde postarei algumas fotos e disponibilizarei, sempre que possível, minha localização, via satélite.

Um pequeno trecho da viagem:


A energia positiva dos familiares e amigos é parte do combustível que me alimentará durante toda a viagem. 

Escrevi quando cheguei em Ushuaia, em 5/12/13: Não devemos recuar em nossos propósitos. Em nossos projetos. Em nossos sonhos. As dificuldades que aparecem nada mais são do que um teste para ver se estamos ou não determinados a fazer o que planejamos. O que sonhamos. E, mais importante que isso, um teste para ver se realmente acreditamos que Deus está conosco. Não titubearei novamente. Nunca mais.

Que assim seja!

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Dia 1. 25/05. Brasília a Três Lagoas. 950km. 12h de viagem. 

Dia com o trecho mais longo de toda a viagem. Planejo percursos maiores no início das jornadas de forma a avaliar minhas condições físicas. Se tiver que sofrer algum cansaço, que seja perto de casa!

Saímos com 45min de atraso devido a entrevista que concedemos ao SBT. 

Começamos bem. Bem acompanhados. Cerca de 30 amigos compareceram ao local de saída, a maioria deles nos acompanhou nos primeiros 100km. Amigos de fé. Agradeço, de coração, a presença ilustre de todos. Quem não veio não perdeu, porque muito provavelmente tinham outros compromissos mais importantes, e, em nossas vidas, decidimos nossas prioridades. Compreendo e sinto que todos estão torcendo pra mim. 


No mais, viagem tranquila. Com o GPS indicando um caminho e eu indo por outro. Aqui nesse trecho conheço uns atalhos que ele desconhece. hehe



Chegamos já noite no destino, coisa que não acontecerá mais. 



Eu, sendo entrevistado. Meu filho Reinaldo me fez essa surpresa, avisando a emissora. 


Eu tirando foto da galera que não perde uma oportunidade para rodar.

Por hoje, estou mais determinado a ir até o destino final. 

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Dia 2. 26/5. Três Lagoas a Corumbá. 

BR-262 em bom estado de conservação. Em Campo Grande encontrei o amigo Marcão. Cheguei já ao anoitecer no destino. 


Por sorte, quando fui lavar a bolha e o farol vi que o aro estava solto. Ia perdê-lo.

Guardei o aro e fui para o hotel.

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Dia 3. 27/5. De Corumbá a Santa Cruz de La Sierra. 680km. 

Sai 7h40 do hotel. Ninguém na receita sabia nada sobre exportação temporária da moto. Disseram que não existe mais. Eu também não acho que seja necessário, mas enfim. Vamos ver no que vai dar. 

Levei 3 horas entre imigração, cujos servidores da PF só chegaram para atender às 8h30. Depois, aduana boliviana e, depois um documento, orden de traslado, desnecessário, mas faz parte para encher o bolso do pessoal. 30 bolivianos. Fiz câmbio a 2,90. 


O posto policial onde consegui fazer o documento, a 10km da fronteira. Neste, o servidor tinha saído para uma ocorrência e não tinha hora para voltar. 

As estradas são muito boas. Pequenos trechos ruins. A maior parte não tem asfalto. É concreto! 

Não tem como errar. É apenas uma ruta cruzando a Bolivia. 


Devido ao atraso na fronteira, rodei umas 3h a 130km/h para chegar a tempo de prender o aro na loja da Harley. Cheguei 17h55. Fechava 18h30. 


Não há problema algum de abastecimento na Bolívia. Apenas o preço é diferente para estrangeiros, o que acho normal. Paguei cerca de 2,80 o litro. 

Amanhã, quarta, resolvi ficar em Santa Cruz para verificar um barulho estranho na parte da frente da moto, parecendo que vem da suspensão. 

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Dia 4. 28/5. Hoje, como decidido ontem, fiquei morgando em Santa Cruz. Como tem um barulho na moto me incomodando desde a semana passada, fui até a loja da Harley para verificar. 


Encontrei com meu amigo harleyro Marcelo Luis Camacho, que me forneceu preciosas dicas sobre o roteiro e foi um dos responsáveis por minha passagem pela Bolívia, país vizinho e vítima de vários preconceitos, sem fundamento, por parte de muitos brasileiros.

Claro que ele assinou a bandeira, juntamente com o mecânico Alfredo Arratia, que me tranquilizou, dizendo que o barulho (tec tec tec), quando passo em pista defeituosa, é normal. 
O mecânico mexendo na moto. 


O povo boliviano é sensacional. Gente simpática. Prestativos. 




Ao contrário do que li em vários blogs, não achei o trânsito de Santa Cruz complicado. Nem escutei tanta buzina. Achei tal qual qualquer cidade brasileira. Afinal, são 3 milhões de habitantes. 

Agora no final do dia recebi uma mensagem em vídeo do Oscar Filho do CQC. Que responsabilidade a minha...

Amanhã, Cochabamba, onde iniciarei a subida da Cordilheira dos Andes. E não deverei mascar folhas de coca...

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