sábado, 30 de outubro de 2021

É crime transportar animais numa moto?

O ato de transportar animais, cães principalmente, em moto, configura crime? Cabe multa de trânsito?

Muitos aplaudem e até admiram o transporte de cachorros numa moto.

Foto: Celso JF

Inclusive, uma famosa marca de motos fez um concurso de fotos, e quem ganhou "foi uma cadelinha", gerando grande repercussão no meio motociclístico  

Poderia ser só um descumprimento do regulamento, uma vez que a própria marca já admitiu que o dono da cachorrinha administra a página na rede social. Ou seja, não é sua página pessoal, como exige o regulamento. Ele é o administrador.

Mas não é só isto. 

Em tese, a admirada marca praticou apologia ao crime e ao cometimento de infração de trânsito, pois, premiar uma pessoa que expõe seu animal a perigo e comete infração de trânsito, é incentivar outros motociclistas a fazerem o mesmo, achando que é normal, que pode até ganhar prêmios...

E a marca é reincidente na apologia ao cometimento de infração de trânsito, pois, em seus passeios de moto, incentivam os motociclistas a tirarem uma das mãos do guidom (art. 244, VII do CTB), a não manter distância de segurança, etc., tudo para que as pessoas virem suas cabeças para olhar suas motos desfilarem:

Print do Instragram

Mas é crime transportar animais numa moto?

SIM. É crime

Previsto no art. 32 da Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, com pena de detenção, de três meses a um ano, além de multa. Quando se tratar de cão ou gato, a pena é de reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda. Se houver morte do animal, a pena é aumentada de um sexto a um terço.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

...

§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

Mas onde está o crime? No mínimo, no termo "maus-tratos"! 

E o que vem a ser maus-tratos? 

Tomando emprestado o disposto no art. 136 do Código Penal, é o ato de expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua guarda, seja privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis.

Maus-tratos

Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:

Assim, salvo melhor interpretação, o ato de transportar um cachorrinho, numa moto, esteja ele com capacete, viseira, bota, numa caixa ou em um baú (o que é pior, acreditem!), configura, em tese, o crime de maus-tratos, previsto na lei de proteção aos animais. 

Indene de dúvidas que estará colocando o animal em perigo, uma vez que, na ocorrência de um acidente, poderá ser severamente lesionado ou até vir a morrer. 

Tudo bem que um cão não é uma pessoa, mas, hoje é muito comum o dono de um cão tratá-lo como filho... Creio que quase ninguém (sempre tem uns irresponsáveis) transportaria seu filho numa moto, entre seus braços e com as “patinhas” no guidom.
Foto da internet
Quanto à infração de trânsito, há previsão expressa no Código de Trânsito Brasileiro. Artigos 169 e 235 e, principalmente, o artigo 252, inciso II: "Dirigir o veículo transportando animais entre os braços e pernas. Infração média."

Portanto, não exponha seu cão, ou filho, como alguns se referem a eles, a perigo. Estará cometendo crime...

Não incentive. Não premie. É apologia ao crime, previsto no art. 287 do Código Penal, com pena de detenção de três a seis meses e multa.

Como diz uma amiga, "se você discordar, você está certo." 

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Bora para a Bolívia? Fronteiras abertas!!!

Consultamos a Embaixada da Bolívia em Brasília, por email, se as fronteiras terrestres estão abertas. 

Recebemos a resposta abaixo, literalmente:

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Buenas tardes,

Por el momento tenemos restricciones que son las siguiente
1.-  Prueba RT-PCR certificada para mayores de 5 años, hasta 72 horas antes de su ingreso,
2.-  Aislamiento por 10 dias
4.-  Realizar la toma de muestra para la prueba RT-PCR al séptimo día de aislamiento.
5.-  Seguro de salud con cobertura para la COVID-19, mínimo un año.
6.- Vacuna de fiebre amarilla
7.- Referente a las vacunas Bolivia acepta todas, pero no es requisito por el momento.
8.- Los documentos de su Moto tienen que estar a su nombre,
9.- En la Frontera presentarse a la aduana Boliviana, para rellenar todo lo referente a su viaje.

Atenciosamente,

Juana Zambrana Orellana
Primero Secretario
Responsable de la Sección Consular
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Então, só nos resta preparar a moto e as bagagens e ir curtir as belas paisagens daquele país... E quem sabe, sair pela Argentina!!!






sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Brasiliense vence desafio da Harley-Davidson - concorrente deve ser desclassificada

A concorrente deverá ser desclassificada...

Harley-Davidson do Brasil promoveu um concurso de fotografia, em forma de desafio, onde o participante realizaria oito passeios, sendo que, em cada um, deveria tirar uma foto junto à motocicleta no destino previamente determinado por uma das concessionárias da marca. 

Esta foto deveria ser postada nas redes sociais pessoais do concorrente, sendo que apenas as curtidas na foto postada no Instagram valeriam para a classificação. As fotos mais curtidas seriam finalistas. Editado 27/9: Conforme item 9 do regulamento, a promotora selecionará as 05 (cinco) melhores fotos para disputarem a final, as publicará no Instagram da HDB, para receberem curtidas (1). E, entre as finalistas, a foto mais curtida seria a vencedora do concurso.

O prêmio para a foto vencedora é uma motocicleta zero Harley-Davidson Low Rider S, no valor de R$ 81.450,00 (oitenta e um mil quatrocentos e cinquenta reais). Um excelente prêmio, sem dúvida...

Cinco fotos finalistas disputaram o prêmio. As duas principais concorrentes, na reta de chegada, foram: a Raphaela Maciel (Instagram: @prazermaciel), de Brasília, que realizou todos os passeios numa moto Suzuki Intruder 125cc. e a Molly, uma cachorrinha, muito simpática por sinal (Instagram: @mollybikerdog), que realizou os passeios na moto do Eduardo Bahi Muruci. Salvo engano, uma Harley-Davidson Fat Boy.

Print do Instragam

A apuração terminou ontem (23/09/21) às 23h59, no Instagram da marca (@harleydavidsondobrasil). A disputa estava ferrenha... Não sei quem teve mais votos ao final, mas a Raphaela foi a vencedora, por desclassificação da concorrente.

Explico: Pelo regulamento, poderiam participar pessoas físicas, maiores de 18 (dezoito) anos de idade e que sejam portadoras da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida na categoria A (Item 6, I do Regulamento). Por óbvio, quem fez a inscrição foi o Eduardo. Mas...

Pelo que se lê no Item 6, V do regulamento, a foto deveria ser postada na rede social pessoal do interessado. Pesquisando o perfil da concorrente Molly, vê-se, claramente, que não é o perfil pessoal do Eduardo. E quem participou do concurso não foi ele, mas sim a simpática cachorrinha. Muito embora a inscrição tenha sido feita em seu nome...

Veja o que diz alguns posts do Instagram da finalista Molly, que confirmam que a concorrente era ela: "Se a Molly vencer.... Para votar na Molly basta acessar..."; "A diferença entre a Molly e a nossa irmã motociclista..."; "Enfrentar a Molly não é para qualquer um..."; "Hoje a nossa amiga Raphaela conseguiu heroicamente manter a diferença de 3 mil likes para a Molly..."; "A Molly segue avançando na disputa da final do Desafio Harley Brasil!!!"; "A Molly já está empatada em segundo lugaaaaar!!!"...

Na foto finalista, no perfil da Molly, a legenda é a seguinte: "Molly e o Farol de São Tomé - Desafio Harley Brasil - Etapa 6: Missão cumprida!!!". A foto de divulgação da classificação, no perfil da cachorrinha Molly, tem a seguinte legenda: "NÃO ACREDITOOOOOOOOO!!!!!!! A MOLLY ESTÁ NA FINAL DO DESAFIO HARLEY BRASIL!!!!!". Ou seja, quem disputou a final não foi o Eduardo, mas sim a Molly.

Print do Instagram

Ou seja, o perfil onde foram publicadas as fotos não é o perfil pessoal do concorrente, Eduardo, mas sim o perfil que ele administra: a da sua simpática cachorrinha Molly. Inclusive, o perfil onde foram publicadas as fotos tem o seguinte título: "Molly a Cachorrinha Voadora". Finalista do Harley Challenger Brasil". 

Portanto, pelas postagens, vê-se, claramente que quem concorreu não foi o Eduardo, pessoa física, e sim sua cachorrinha (A Molly segue avançando na final...). E, por óbvio, a cachorrinha não possui CNH e acredito que nem tem mais de 18 (dezoito) anos, impondo-se sua desclassificação, por descumprimento do regulamento do concurso.

No perfil da Harley-Davidson Brasil no Instagram, tem o nome do Eduardo, com a menção à Molly entre parêntesis e informação sobre o perfil: "Perfil: @mollybikerdog). Ou seja, não é o perfil pessoal do Eduardo.


Desta forma, pelo que consta no item 10, V do regulamento, "quando ocorrer a desclassificação de participantes, o participante com a colocação subsequente fará jus a premiação, desde que a sua participação esteja de acordo com os critérios estabelecidos neste regulamento." Acredito que a Raphaela possui todos os critérios: é pessoa física, maior de 18 (dezoito) anos, brasileira, capaz, reside em Brasília e possui Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida na categoria A. 

Portanto, independente de quantos votos a simpática cachorrinha teve, e por mais nobre que seja a causa do Eduardo, ela deve ser desclassificada pelos motivos acima e a Harley-Davidson Brasil deve declarar vencedora a Raphaela. Outra decisão contrariará o próprio regulamento.

A propósito e finalmente: não conheço a Raphaela nem a Molly e muito menos seu 'pai' ou 'dono' (como queiram), a quem parabenizo pelo belo Instagram de sua cachorrinha, mais viajada que muitos harleyros por aí... 

Não cabe aqui neste post qualquer discussão sobre conveniência ou descumprimento da legislação de trânsito em se transportar uma cachorrinha em uma moto, entre os braços (art. 252 do CTB). Em minha opinião, isto não deve ser feito, seja por um ou outro motivo. Por mais "experiência" que o animal tenha!

Também não tenho autorização da Raphaela para este post. Sequer ela ou quem quer que seja tem conhecimento prévio desta postagem. Também não tenho interessem em nada relativo ao concurso. 

Só acho que os regulamentos foram feitos para serem cumpridos...

A quem pensa diferente, tem o meu respeito...


Edição (1): Errei, neste ponto: Ao contrário do que imaginava, as cinco fotos finalistas foram escolhidas pela Promotora (HDB), conforme item 9 do regulamento. E não entre as mais votadas no Instagram dos concorrentes, como havia imaginado. Escolha essa que também gerou muitas críticas... Veja aqui e aqui


domingo, 15 de agosto de 2021

Estradas imperdíveis de São Paulo a Santa Catarina

Serra do Rola Moça - MG

Todo motociclista tem que fazer um dia: 

Descer e subir a Serra de Ubatuba: liga Taubaté a Ubatuba. 97km. Alto grau de dificuldade. 


Percorrer a estrada que liga Cunha a Paraty. Nos dois sentidos. É curtinha. Pouco mais de 45km de belas curvas e paisagens, além de atrativos em plena mata atlântica.


Serra da Graciosa: descer e subir, do Portal até Morretes. 66km ida e volta. Nem precisa chegar até Morretes. Estrada por dentro da Mata Atlântica. Grau de dificuldade: fácil. Se estiver chovendo, médio. 


Descida da BR-101, de Curitiba à Joinville. Grau de dificuldade: fácil, mas tem muitas curvas, o que a torna muito interessante. 


Trecho de Palhoça a Uubici, pela BR-282 e SC-110 (esta é de tirar o fôlego de tantas curvas). Grau de dificuldade, médio, no trecho chegando em Urubici. Curvas deliciosas. 


Descer e subir 1,5km (pelo menos) da Serra do Corvo Branco. Antes de chegar na Serra tem 6km de terra, mas é tranquilo para qq moto. Grau de dificuldade: tenso… mas é curtinha e não oferece perigo. Só descer devagar. 


Subir e descer a serra que leva ao Morro da Igreja em Urubici. Grau de dificuldade: fácil. Muitas curvas que demandam atenção. 


Descer e subir o trecho da Serra do Rio do Rastro, do Mirante até a Loja de Siuvenirs (uns 7km). Só esse trecho vale a pena. Fazer isto quantas vezes puder. Neste trecho estão as 13 curvas interessantes da Serra. Grau de dificuldade: fácil. É a estrada que mais se assemelha às subidas (ou descidas) da cordilheira dos Andes. 


Estrada Rastro da Serpente, de Curitiba a Capão Bonito. Muitas curvas. Algumas demandam muita atenção. Fácil. 


Serra da Rocinha. Para quem não curte off road: subir e descer, saindo de Timbé do Sul até o Mirante. apenas uns 200m, no total, sem pavimentação. Se curte off, mais 13km até São José dos Ausentes. 


Complete a lista nos comentários. 


No meu canal do YouTube tem vídeos de todas estas serras: https://youtube.com/channel/UCivJHmUD92jcH2Hxade9aoQ


PS: em minha opinião, sem bairrismos, a melhor é a Serra do Rola Moça, pertinho de Belo Horizonte: https://youtu.be/kCxQyx4UBk8


terça-feira, 15 de junho de 2021

Os Melhores Caminhos


O GPS não conhece os melhores caminhos. Já disse isto para meu amigo Túlio. 

Nem mesmo os amigos os conhecem, pois o que é melhor para eles pode não ser melhor pra mim. 

Eu, por exemplo, gosto de pontes, de montanhas, de curvas, de estradas vicinais (sem areia), de atrativos pitorescos, etc. 

Não gosto de cidades médias e grandes nem muito menos de rodovias tradicionais. Estas são evitadas sempre que possível. 

Assim, para definir meu roteiro até o destino do dia (sim, faço isso diariamente), me valho do Street View do Google Maps. Faço uma minuciosa busca nos possíveis trajetos, pego algumas coordenadas, e as insiro no GPS, na sequência correta. No final, insiro o endereço de onde vou pernoitar (ou coordenadas). Não tem erro.

Por exemplo: (-29.1834707, -50.0067153)

Um trecho não pavimentado - eu gosto


sexta-feira, 28 de maio de 2021

Cachorro x Motociclista

Um cachorro persegue um motociclista. Em princípio, sua intenção não é morder, até porque não tem como ele distinguir o que é parte da moto ou perna do motociclista, desde que este mantenha a perna imóvel. Se o motociclista tentar chutá-lo, ele identificará o que é perna... aí... é bom que tenha uma boa 🥾. 

Portanto, ignore-o e siga seu caminho, acelerando, se possível. Ele cansará! Só tenha cuidado para ele não atravessar na frente da moto, o que poderá fazer somente se sua velocidade for menor que a dele. ✌🏽

Foto da internet


sábado, 17 de abril de 2021

Primeiro Valente Fazedor de Chuva de Minas Gerais

Sem qualquer sombra de dúvida, os desafios dos Fazedores de Chuva incentivam qualquer motociclista a fazê-los. Embora pouquíssimos o fazem...

Entre eles, destaco:


O motociclista pode percorrer algumas rodovias, de ponta a ponta, se tornando um Rodoviário Fazedor de Chuva (RFC). Desafio com dificuldade quase igual para quase todos. 


Pode visitar todas as capitais do Brasil, o que lhe garante o título de Bandeirante Fazedor de Chuva (BFC). Dificuldade praticamente igual para todos


Ir do fim do mundo (Ushuaia, na Argentina) até o topo do mundo (Prudhoe Bay, no Alaska). Se torna um Grande Cacique Fazedor de Chuva (GCFC). Mesmíssima dificuldade para todos. Com muitas variações apenas no roteiro, tornando-o mais difícil ou não. 


Mas tem um desafio que as dificuldades são díspares: o de visitar todos municípios de um estado da federação, fazendo jus ao “título” de Valente Fazedor de Chuva (VFC). Independente de qual seja o estado. 


Visitar todos municípios de Sergipe (75), ou do Espírito Santo (78) não chega nem perto da dificuldade de visitar todos municípios de Minas Gerais (853) ou de São Paulo (645), por exemplo. 


Sem mencionar Roraima, que tem só 15 municípios. 


Estes estados com menos de 100 municípios (são 9) é possível visitar todos em apenas uma viagem, de uns oito dias. Se ampliarmos para 200 municípios, são 16 estados. Numa viagem de 20 dias se visita todos, com relativa tranquilidade. E quase nem precisa de planejamento. Começa no norte e vai descendo para o sul... ou o contrário, ziguezagueando entre os municípios, lateralmente... ou começa no leste e vai ziguezagueando para o oeste...


Mas, Minas Gerais não. São necessárias várias viagens e um mínimo de planejamento para não ficar nenhum para trás... 


Alguns dirão: Mas... cada estado tem suas dificuldades. É verdade. Dificuldades no que diz respeito às condições das estradas, principalmente.


Mas só Minas Gerais tem 845 municípios. Exatamente 208 a mais que São Paulo, que tem 645 e 356 a mais que o Rio Grande do Sul, segundos e terceiros colocados, em número de municípios, respectivamente.  Apenas nove estados tem mais municípios que 208 e 4 tem mais que 356.


Até agora só dois conseguiram visitar todos os municípios de Minas Gerais. Eu, de Patos de Minas e o Alisson Campos, de Patrocínio. Curiosamente, duas cidades da Região do Alto Paranaíba e distantes apenas 75km uma da outra. Região de povo Valente...


Salvo engano, mais oito estão visitando MG e só 5 Fazedores de Chuva concluíram São Paulo e 6, o Rio Grande do Sul.


Eu fui devagar. O Alisson, o 2° a concluir MG, voou. Começou em 27/06/20 e terminou em 4 meses e 28 dias (veja o registro aqui). Foi rápido. Eu comecei exatos cinco anos antes deste post, em 17/04/2016 e terminei em 27 de setembro de 2020. Ou seja, 4 anos, 5 meses e 10 dias (veja aqui). Mais de dez vezes o tempo que ele. Caboclo rápido esse Alisson...


Mas, eu, com toda essa minha vagareza, fui o primeiro... o primeiro a visitar todos municípios de Minas Gerais. Sequer imaginava ou pensava nisto quando estava fazendo o desafio. 


Sabe o que isto significa? NADA além de um registro para ficar na história.


Vejo uma grande “injustiça” nesse desafio, o que não ocorre nos outros. 


Todos que visitam os municípios de um estado são denominados, igualmente, de “Valente Fazedor de Chuva”. Seja aquele (ou aquela) que visitou os municípios de Roraima, do Espírito Santo (o queridinho da maioria) ou aquele que visitou os de Minas Gerais, cuja quantidade de municípios equivale a mais de 56 Roraimas. 


Para efeito de comparação, as regiões Centro-Oeste e Nordeste, juntas, possuem 916 municípios (63 a mais que MG). Minas Gerais tem mais municípios que a soma dos municípios de Roraima, Amapá, Acre, Rondônia, Amazonas, Sergipe, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Alagoas e Tocantins. 


Sacaram a “injustiça” de igualar quem visita todos municípios de Minas Gerais com quem visita os de Sergipe? Ou de Santa Catarina?


A Certificaçāo deveria ter, pelo menos, a sigla do estado na frente e numeração correspondente a ordem de conclusão. Tipo: “Valente Fazedor de Chuva ES-35º”, “Valente SP-8º”, Valente MG-1º”, etc. Fica a dica. Mas não tem. Só diz que eu sou o 164º VFC. 


Mas vale registrar que, no site dos Fazedores de Chuva, a lista dos viajantes está separada por estado (aqui). 


Embora não signifique nada, fiz questão de colocar, no certificado, que fui o primeiro a concluir o desafio de visitar todos municípios de Minas Gerais. Só para provocar quem queira ser provocado e para ficar registrado para sempre, pelo menos para meus netos. ;)


Qualquer um pode fazê-lo, mas eu fui o primeiro. haha



Ao concluir o desafio, além do certificado, o motociclista recebe uma belíssima camiseta e os escudos, ao custo simbólico de R$ 200,00 (duzentos reais):




quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Off Road, de moto, com destino a Pirenópolis

Como é sabido, tenho a alma inquieta. Sou um motociclista de viagem. Me incomoda muito ficar sem 'pegar' uma estrada. Ou, no mínimo, fazer um passeio um pouco mais longe do que ao Rota 60, Jerivá, Cristalina, Ficus, Formosa, Rota do Algodão, etc.

O ano de 2020 foi terrível, por conta da Covid-19, mas consegui fazer três viagens para Minas Gerais, concluindo a visita aos 853 municípios (veja aqui e o vídeo, aqui). No final de julho, final de agosto e final de setembro, entrando no início dos meses seguintes. E mais uns três passeios com amigos. E foi só!

Desde 2013, apenas em 2016 não viajei, de moto, para fora do país. 2013, Ushuaia. 2014, Alaska. 2015, Bolívia. 2017, Peru. 2018, noroeste da Argentina. 2019, Bolívia novamente. Assim, 2020 foi deprimente. Creio que somente no 2º semestre de 2021 as fronteiras estarão abertas.

Queria viajar no final do ano para o nordeste, mas não foi possível. Prometi para mim mesmo que 2021 seria diferente. Se não viajasse, faria pelo menos 2 passeios por mês, aqui por perto de Brasília mesmo, nem que fosse para os lugares preferidos pelos motociclistas de Brasília (afff). Mas é melhor que nada!

No primeiro sábado do mês (dia 2), logo após o café, um dia de sol muito lindo, peguei a moto e saí de casa. Mas para onde? Na primeira esquina decidi ir em direção a Padre Bernardo, pela BR-070. No caminho decidiria o destino. Fui quase próximo a Mimoso, saí da rodovia (BR-080) e entrei numa estrada de terra, que não sabia onde ia parar, mas imaginava que seria possível chegar em Cocalzinho. Pilotei por uns 20km e descobri que não chegava em nenhum lugar. Voltei para casa, passando por Águas Lindas (veja o #relive aqui).

No domingo (dia 3), a mesma coisa. Após o café, saímos, eu e minha esposa, para conhecer o LagoaTur, um clube recreativo na zona rural de Planaltina, Goiás (recomendo). De lá, segui para o Restaurante Dom Fernando por uma estrada que não conhecia: GO-430, asfaltada. E voltei pela BR-020, DF-345, DF-130 e BR-479, ou seja, por um caminho totalmente diferente. (veja o #relive aqui).

Na semana seguinte a estes dois passeios, me senti outra pessoa. Estava ficando deprimido. Como gostei muito daquele trecho sem asfalto lá perto de Mimoso, decidi que meus passeios seriam, predominantemente, por estradas não pavimentadas.

Acreditando que muitos motociclistas estejam na mesma situação, fiz um convite no grupo que administro no Facebook, para um passeio até Pirenópolis, por estradas de terra (off road). Dois, que não sabia quem eram, toparam. Rodrigo e Luís Guilherme. Quando nos encontramos no local de partida, foi uma grata surpresa descobrir que já conhecia o Rodrigo, filho do Wander Toledo, um amigo meu da época da adolescência.

Eu sabia o destino, mas não o caminho... até alertei aos interessados quanto a isto! Poderíamos nos perder. Alguns integrantes do grupo deram algumas dicas, o que me forçou a pesquisar o provável caminho.

Não achei quase nada. Só uma rota de um grupo de ciclistas, mas sem muitos detalhes. Para saber por onde passar tinha que adquirir um aplicativo. Fala sério... Daí, fui olhando no Google Maps, o provável caminho. Fiz umas marcações, com destaque para os entroncamentos e anotei as coordenadas (fácil fazer isto no Google Maps!). Depois, com estas marcações, tracei a rota no GM. Isto foi fácil.

Mas queria colocar a rota no GPS. E como fazer isto? Nunca tinha feito. Mas, se digo que farei uma coisa, não sossego enquanto não consigo! Assisti alguns vídeos, mas não dava certo. Li vários tutoriais, mas também não dava certo. Aí lembrei-me que o GPS Garmin tem um aplicativo (BaseCamp) que serve exatamente para isto. Nunca tinha usado.

Depois de várias tentativas, e umas 5h após, consegui colocar o mapa no GPS!

Na hora e dia combinados (8h10 de 9 de janeiro de 2021), saímos do Posto Playtime, em Taguatinga Sul. Seguimos em direção a Santo Antônio do Descoberto, pela BR-060. O início da estrada não pavimentada fica a 8,5km da cidade. 

A estrada, apesar de não ser pavimentada, é muito boa. Nem precisava eu ter marcado os pontos no Google Maps. As bifurcações eram entradas para fazendas. Com exceção de uma, à esquerda, a 12km, alguns metros antes do Rio Areias. Até pensei que tinha errado o caminho. O resto do trecho é só seguir pela via principal.

Num determinado trecho tinha umas poças de água. Numa delas, o Rodrigo deixou a moto tombar, o que fez com que levássemos algum tempo para resolver, porque a moto caiu atravessada e a poça estava muito escorregadia, o que dificultou muito. Mas tiramos a moto e prosseguimos.



Chegamos, após 26km após o asfalto, no Bar Zé da Ana, onde tem uma placa indicando duas direções. Uma para a cidade eclética e outra para Aparecida de Loyola, para onde íamos. O Bar funciona, mas só através da janela. Trafegamos por uns kms pela GO-225. Depois prosseguimos pelas estradas de acesso às fazendas.

31km após o asfalto (lá em S. A. do Descoberto) tinha a entrada para a Nex no Extinction, uma fazenda onde funciona uma ONG que cuida de onças feridas. Fomos até lá, mas estava fechado. É necessário agendamento.

1km após a entrada para a NEX, chegamos em Aparecida de Loiola. Ao sair, o GPS (previamente programado), me enganou. Erramos o caminho por nada mais nada menos que uns 10km. Naquele sentido iríamos em direção a Olhos D'água. Não era nosso desejo. Voltamos!

Mais uns 15km chegamos num povoado, que não sei o nome. Os moradores disseram ser Morrinho, mas no Google Maps indica sr Mamoneira. Até este ponto, 47km desde o asfalto.

Saindo deste povoado, uns 4km, à esquerda, o Google Maps não mostrava a rota. Mas era possível ver um caminho indo por lá (seria um atalho?). Fomos lá ver porque o aplicativo não mostrava a rota. E descobrimos...

Neste pequeno trecho tivemos alguns percalços. Uma poça de água com muita lama e um cheiro de cocô de vaca. O Luís, que estava com muito calor, resolveu dar um mergulho...

Mais a frente, uma subida numa pedreira (literalmente), com alguns degraus, impossibilitava a passagem das motos, principalmente a do Rodrigo, uma DragStar. De bike acredito ser possível, mas apenas carregando a bicicleta. Veículos 4x4 passam, mas creio que com dificuldade. Até a cavalo, disseram os moradores do povoado, é difícil. Vídeo aqui  

Lá em cima é o problema...

Decidimos voltar, pois sabia que, uns 5km após Mamoneira, sentido Edilândia, havia um caminho que o GM mostrava a rota. Mas não conseguimos chegar em Pirenópolis. Com as várias paradas para papear, tirar fotos, visitar a NEX, resolver os perrengues e o tempo analisando a possibilidade de passar pela pedreira, o tempo voou. Já era 14h e faltavam uns 45km até Pirenópolis (estrada de terra). Chegar em Pirenópolis por volta das 17h não fazia sentido. Além disso, ameaçava uma chuva, reforçando a ideia de encerrar o passeio por ali mesmo. Chamei de 1ª ETAPA. Veja o vídeo aqui.

Vem chuva...

Faremos a 2ª ETAPA (de Edilândia a Pirenópolis), no dia 24 de janeiro (se não chover...).

Se alguém se interessar, as coordenadas principais do trecho são estas, na sequência: 

1ª ETAPA, de Santo Antônio do Descoberto até 5km após Morrinho (ou Mamoneira), onde encerramos o passeio, e a 9km de Edilândia:

Início: -15.922751,-48.330181

Virar à direita: -15.941010,-48.370341

Virar à direita: -15.964051,-48.411985 (Ponte sobre o Rio Areias)

Virar à direita: -15.946501,-48.459893

Virar à esquerda (Boteco Zé da Ana): -15.912548,-48.439436

À direita, entrada para Nex on Protection: -15.883391,-48.493247

Virar à direita, logo após Aparecida de Loiola (aqui eu errei!, segui direto): -15.880399,-48.503562

Virar à esquerda: -15.849344,-48.567683

À esquerda, pedreira (não conseguimos passar). À direita, entrada para caminho correto: -15.826747,-48.594887

Final da 1ª ETAPA: -15.799363,-48.565773 (de quem vem de Edilândia, virar à direita. Quem vem de Morrinho, virar à esquerda). Veja o roteiro total:


Obs.: Em algumas bifurcações, há uma placa afixada em uma árvore ou mourão, com uma seta vermelha indicando o caminho. Com exceção da bifurcação antes do Rio Areias e após Aparecida de Loiola, não há como errar.

Veja a placa, no mourão

Mais fotos abaixo. Aguardem detalhes da 2ª ETAPA!

Entrada do Off Road

À esquerda, Alexânia

Parada para contemplação

NEX on Protection

Cabra corajoso!!

Poças nojentas


Passagem impossível... (??)

Vistas lindas

Analisando a pedreira

Problema de perna curta...

Vistas lindas

Trecho muito complicado. Voltamos

Problema de perna curta...

Eca... bosta de vaca (fortuna???)

Sujou legal

Vem chuva (olha a placa na árvore)

Moto valente essa Drag Star

Banho no final (tirando a bosta kkk)