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domingo, 8 de novembro de 2020

Visita ao último município de Minas Gerais

Finalmente (ufa!), terminei a visita aos 853 municípios de Minas Gerais. Me tornei um Valente Fazedor de Chuva (veja o que é, no final deste post).

 

Entrada da cidade - 27/9/20

Foi a melhor e maior viagem que já fiz, tanto em quilômetros quanto em tempo de duração. Percorri 55.526km, sem contar os deslocamentos desde e para Brasília, em 158 dias distribuídos em 20 viagens (etapas). Média de 5,4 municípios por dia e 7,9 dia por etapa.

34.849km na primeira Super Guerreira (12 etapas - 581 municípios), 5.782km na Guerreira (2 etapas - 69 municípios) e 14.895km na nova Super Guerreira (6 etapas - 203 municípios).


Visitei 457 municípios em 2016, em 9 etapas e 77 dias; 108 em 2017, em 3 etapas e 25 dias; 89 em 2018, em 2 etapas e 19 dias; 144 em 2019, em 3 viagens e 25 dias e 55 municípios em 2020, em 3 viagens e 12 dias. 


Iniciei em 17/4/16, por Patos de Minas, onde nasci. A ideia era concluir em Belo Horizonte, no meu aniversário, em 18 julho de 2017, com uma festa para os familiares e amigos, para comemorar o feito e o meu aniversário de 64 anos, 50 anos após minha mudança para Brasília.


Mas não deu. Por quê?


Em junho de 2017 preferi ir para o Peru, viagem que durou 3 meses, em 3 etapas. Adiei o término do desafio para julho de 2018. Também não deu, por compromissos profissionais. Mais uma vez adiei para julho de 2019, mas preferi ir para o Equador e Colômbia, viagem que acabou sendo só para a Bolívia. Adiei para 2020...


Mas tive que mudar de ideia de deixar Belo Horizonte por último, por causa da impossibilidade de ter uma festa em plena pandemia. Poderia adiar para 2021, mas este desafio estava demorando muito e eu já estava me sentindo “preso” a ele. Quando pensava em viajar, só Minas Gerais me vinha à cabeça... 


Precisava me “libertar”, o quanto antes. 


Percebi que alguma força oculta conspirava contra Belo Horizonte ser o último município. O irônico é que estive por várias etapas na capital, mas não registrei a visita. 


Em maio de 2018, aconteceu um fato que nunca tinha acontecido antes, numa viagem: recuei


Abortei a visita a Miravânia, do norte do estado, por causa do areião da estrada e da escassez de combustível. Os caminhoneiros estavam em greve e eu estava tendo dificuldades para abastecer.


Ponte sobre o Rio Peruaçu

Início do areião. De onde recuei...


Assim, quis o destino que Miravânia ficasse por último, para jamais esquecer: a única vez que recuei, numa viagem, e o município de Minas Gerais com o acesso mais difícil entre todos os 853. Cabe registrar que só 4 municípios não possuem acesso asfaltado: Bias Fortes (em 2016), Salto da Divisa, Chapada do Norte e Miravânia. 


Com quase nenhuma experiência em pilotar no areião, até pensei em visitar o município de carro. Combinei com meu filho para irmos no final de agosto deste ano, mas, de última hora ele não pode ir.


Havia feito, em 2019, o Caminho dos Diamantes, da Estrada Real, com dois amigos bons de estrada e boas companhias, porque não me enchem a paciência... Rodrigo e Érico. Iríamos fazer, em maio deste ano, o Caminho Velho. Mas a maldita pandemia não deixou, pois estava tudo fechado. E nós estávamos loucos para viajar. 


Os convidei para 'fazermos' a Serra da Canastra, em junho ou julho. Eu aproveitava e visitava alguns municípios da região. Mas não rolou. Mas eu acabei fazendo duas etapas, uma no início de agosto e outra no início de setembro. Visitei 54 municípios na 18ª e 19ª etapa, entre eles Belo Horizonte, pois já havia decidido deixar a cidade do norte de Minas por derradeiro. Ficou faltando só um!


Assim, os convidei para ir até Miravânia, no final de setembro. Cientes das dificuldades, toparam na hora. Cabras bons e valentes! Combinamos que de lá, seguiríamos até à Chapada Diamantina, numa viagem programada para um total de dez dias. Iríamos acampar, coisa que eu estava com vontade de voltar a fazer, depois de 40 anos, e vinha amadurecendo há muito tempo.


Saímos de Brasília no dia 26/9/20, por um caminho não convencional, passando por Urucuia e Pintópolis. Sabia que a estrada entre estas duas cidades era de terra mas não sabia que tinha areião. Só desconfiava. 


E tinha. Só 70km, que levamos 3h30 para percorrer, incluindo as paradas. Mas só houve apenas uma “queda”, sem maiores consequências. Foi um aperitivo do que encontraríamos pela frente. Serviu como treinamento!


Calor infernal
Primeiro "tombo"
Não esperávamos toda esta areia...


Chegamos em São Francisco, “cidade de gente bonita”, ao entardecer, após a travessia do Velho Chico, numa balsa, e por lá pernoitamos.


Na balsa, chegando na cidade de São Francisco


No dia seguinte, partimos para a conclusão do desafio. Havia duas opções para chegarmos até Januária, passagem obrigatória para chegar a Miravânia: 85km, sendo 70km por estrada de terra, com muita areia, ou 175km por asfalto. Fomos por esta última. 


70km após Januária, chegamos ao início do “terrível” areião, que, para nossa sorte, estava em melhores condições que em 2018. Foi difícil, mas mais fácil que imaginava. Se eu consegui, qualquer um consegue. Se eu consegui numa Big Trail, qualquer um consegue, em qualquer moto.


Segundo tombo...

O areião estava melhor que em 2018

Tiraram um pouco da areia. Veja os montes...


Assim, em 27/9/20, após 732km desde Brasília, chegamos ao último município, concluindo o desafio, denominado Valente Fazedor de Chuva.(veja, aqui, o vídeo da chegada ao município, desde o início do areião). 


A cidade se mostrou totalmente diferente do que imaginava. Limpa, bonita, com uma bela praça e muito movimentada. 


Rua da cidade

Foto em frente a prefeitura (obrigatória)

Era um domingo e muitos moradores da região se dirigiam para a cidade para curtir a bela cachoeira do município. E, após o registro fotográfico e o almoço, fomos conhecê-la. E lavar a alma pela conclusão do desafio e tirar a poeira do corpo. 

Cachoeira no Rio Japoré

Lavando a alma e tirando a poeira

Para se chegar até ela, foram mais 3km de areião. Mas já estávamos "craques". Foi mais fácil, mas teve mais um tombo. O terceiro e último. 


Terceiro e último tombo da viagem.


Pernoitamos na cidade, no Hotel Oriente, simples mas limpo. E o dono, Sr. Marcílio, um figuraça, que nos recebeu muito bem e nos divertiu muito com seus “causos” durante o café da manhã. 



Após o café da manhã, partimos para a Chapada Diamantina, por outro caminho, mais longo (42km de terra), mas bem melhor que o areião do dia anterior. Coordenadas e demais informações, nas fotos:




A viagem para a Chapada Diamantina ficou para uma próxima vez. Fomos somente até Porteirinha, onde visitamos a Cachoeira do Serrado, que recomendamos. Lugar muito lindo e com boa estrutura para o turista, no norte de Minas. 


Trilha na Serra do Espinhaço
Chegando na Cachoeira do Serrado

Portao de acesso
Caminho até a base da cachoeira, com a serra ao fundo


A visita a todos municípios de um estado (de qualquer país) é um desafio proposto aos Fazedores de Chuva. Quem o conclui, recebe um “título”, denominado Valente Fazedor de Chuva


Valente: "que não receia o perigo, tem espírito de luta, intrépido, corajoso, aquele que tem força, vigor, robustez. 


Fazedor de Chuva: qualquer um que realiza grandes viagens, por seus próprios meios.


Uma vez concluído a visita aos 853 municípios de Minas, me sinto livre para outros desafios. Desta vez, mais pessoais. Sem vínculos! 


AGRADECIMENTOS:


Agradeço, primeiro, a Deus, meu companheiro de todas viagens, que sempre me protege em todos momentos em que eu me distraio. E não são poucos.


Agradeço também a todos que torceram e me incentivaram, em especial, à minha mãe, com suas orações, meus filhos, pela torcida, e à minha esposa, Zênia. Sem o apoio e compreensão dela, não teria conseguido. 


Até visitou 27 municípios comigo, num trecho do Circuito dos Diamantes, um dos circuitos turísticos de Minas Gerais.


Com a minha esposa em visita a um dos municípios
São Gonçalo do Rio Preto - 547° município

Conheci muitos mineiros durante estas 20 viagens, que me marcaram e nunca os esquecerei. Agradeço a todos que me incentivaram, me acolheram e me ajudaram, de uma maneira ou de outra. D. Araci, de Nanuque, que praticamente me “obrigou” a subir na Pedra do Bueno, é uma delas. Veja: 
https://bityli.com/h6KCd

Também não posso deixar de citar a galera animada e receptiva de Palmópolis, e a Ozânia e seu marido Xexéu, de Limeirado Oeste, com os quais tomei umas cachaças e rimos muito, no final da tarde, ao chegar aos respectivos municípios.

Citaria vários outros, mas quem sabe num livro, futuramente...

Mas não poderia deixar de fazer um agradecimento especial à uma família que conheci, logo na primeira etapa. Típica família mineira e, para minha sorte, também atleticanos. 

Além de me honrar com sua amizade, permitiu que eu deixasse minha moto em sua casa, em Lagoa Santa, a 15km do aeroporto de Confins, nos intervalos das etapas. Isto me poupou muito tempo, evitando vários deslocamentos BSB-BH-BSB. Obrigado, Gabi, Aulus, Miriam, Rafa (argentino atleticano) e demais familiares!!! Serei eternamente grato.


Na festa de família e amigos - 28/8/16

Esquenta para o jogo do Galo - 26/4/17

Esta família foi e é, para mim, a melhor amostra do que é ser mineiro: povo acolhedor, simpático, alegre, festeiro, unido, rodeado de amigos, povo que dá bom dia a estranhos, sem qualquer tipo de preconceito, que não nos deixa esquecer deles, etc. 

Moto bem guardada... 19/7/16

E, óbvio, não poderia esquecer de agradecer ao Grande Tota, caseiro que cuidava muito bem da moto, enquanto eu estava em Brasília.

Tota ligando a moto, no meu retorno...

Saindo para uma nova etapa, da casa na Lagoa Santa


Agora, além de Grande Cacique Fazedor de Chuva (quem faz a viagem de Ushuaia a Prudhoe Bay), me tornei um Valente Fazedor de Chuva.




Veja a sequência das visitas ➡️➡️

https://url.gratis/CuV8B


Fotos de todos municípios, no Facebook: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1002310423188119&type=3


quarta-feira, 19 de julho de 2017

De Brasília a Puerto Maldonado

Viagem adiada por diversas vezes (inicialmente sairia dia 10/6. Depois, 15/6), decidi, quase de última hora, fazer um pouco diferente do usual. 

Era um domingo, por volta das 11h. Como o percurso até Primavera do Leste superava 800km, decidi saí naquela tarde de 18 de junho mesmo. Saí às 15:40, passando por Anápolis e Nerópolis. Pernoitei em Itaberaí. Foram 274km percorridos em 3h15. Estrada boa. Sem buracos nem surpresas. 

19/6: De Itaberaí a Primavera do Leste. Saí às 8:30. Cheguei 14:00 (hora local, 1h a menos). 580km em estrada de razoável a boa. Alguns remendos e obras, mas sem buracos. Dá para ir a 120, 130km/h, tranquilo. Muitas placas indicando aldeias indígenas no trajeto. Veja o vídeo:



20/6: De Primavera do Leste a Cáceres. 543km. Sai 9:30. Estrada boa. Errei o caminho. Tive que voltar 25km, pois queria passar pela Chapada dos Guimarães, ou seja, pela BR251, e passei direto pela BR-070, logo após Campo Verde, cujo acesso para a chapada fica logo no final desta cidade. Muita neblina na chapada. Visibilidade muito pequena, de 10 a 15m. Almocei no alto da chapada, esperando que melhorasse, e fui. Logo depois da chapada, como que por um milagre, a neblina acabou. Estrada muito boa, em todo o trecho. Paisagem muito bonita. Tirei foto no palácio Paiaguás, em Cuiabá, para o desafio Bandeirante Fazedor de Chuva, e continuei até Cáceres, onde cheguei às 17:15. Passei num mercado para comprar 2,5 litros de água, o que faço diariamente, e shampoo. Não gostei do hotel que havia selecionado. Escolhi outro, que só fui achar às 18:30.

21/6: Sai de Cáceres às 09:30 e cheguei em Vilhena às 16h. 554km. Estrada muito boa. Um pequeno trecho em obras. Encontrei o Uillian e sua esposa Karine, logo na saída de Cáceres. Eles são de Cacoal e voltavam da Serra da Canastra. À noite, me encontrei com o motociclista Filipe Fars e jantamos, além, claro, de pegar boas dicas das condições da estrada dali pra frente.

22/6: A ideia inicial era ir direto até Porto Velho. Mas de tanto ouvir falar das condições péssimas da estrada, e porque estava um pouco cansado, resolvi pernoitar em Ji Paraná. No meio do caminho. Assim, sai às 9:30 e cheguei cedo, às 15h. Foram 341km em estrada boa. Um trecho em obra e pouquíssimos pequenos buracos que não atrapalham a viagem. Parei em Cacoal para encontrar o Uillian e almocei no caminho. 

23/6. De Ji Paraná a Porto Velho. Sai às 08:45. Cheguei às 14:00. Foram 394km. Estrada razoavelmente boa. Pequeno trecho em obras. Cheguei mais cedo para conhecer a cidade e tirar foto para o desafio Bandeirantes Fazedor de Chuva. Saindo mais tarde e chegando cedo nas últimas três cidades foi uma estratégia para não ter que ficar um dia inteiro descansando em Rio Branco, no dia seguinte. Valeu a estratégia!

24/6: De Porto Velho a Rio Branco. Sai às 08:20 para percorrer 524km. Cheguei às 14:30. 1h a menos de Porto Velho. Estrada boa. Pouquíssimos buracos, que são vistos de longe. Alguns trechos em obras, sem asfalto (uns 200m). Uma reta só. 120km/h o tempo todo. Monótono. Alguns poucos e feios vilarejos.



25/6. De Rio Branco a Puerto Maldonado. Sai às 08:15 para percorrer 590km. Cheguei às 17:15. Fiquei 1h na imigração e aduana, porque cheguei na hora do almoço. Aí, tive que esperar o oficial, que estava almoçando. Estrada razoavelmente boa. O trecho final, antes da fronteira, tem alguns buracos, visíveis de longe. Sem crateras, como muitos afirmam existir. Mas houve operação tapa buracos recentemente. Pode ser por isto. Na aduana e imigração foi muito rápido, sem burocracia. Almocei antes em Assis Brasil. Soat: 115,00 por um mês. Câmbio: 0,95 soles por um real.




Filipe Fars

Uillian e Karine

Fotos, prints da Gopro:


Chapada dos Guimarães